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Aventureiros: A Origem é o Youtube na telona

Não há o que discutir. Você pode ou não gostar, mas Luccas Neto saiu da esfera de um youtuber irritante e conseguiu se transformar em um grande negócio. Mais do que isso, um negócio (muito) rentável. Virou livro, ganha com seu canal na rede de vídeos (são quase 40 milhões de inscritos!), virou série, tem vários telefilmes e deve estar bem feliz com a saída de seus bonecos, roupas e acessórios personalizados. Agora ele chega às telas de cinema com Aventureiros: A Origem, “longa” que conta como os personagens de sua série ganharam os poderes para “salvar o mundo”, a cidade, ou algo parecido. A direção é de André Pellez, do Os Detetives do Prédio Azul e Gosto se Discute.

Obviamente, aqui não tem nada de original, importante ou mesmo genial. Mas é uma fórmula que de tempos em tempos funciona. Cada geração tem a sua preferência. Eu, por exemplo, nasci com os filmes da Xuxa e dos Trapalhões bombando no cinema. Agora, é a vez dos youtubers nas telonas. No final das contas, tudo é sobre o passar das gerações e as suas características. Muitas vezes, até mesmo de timing.

Os Aventureiros: A Origem traz os personagens que já fazem sucesso há bastante tempo no canal de Luccas Neto. Todos com as simplórias alcunhas de Aventureiro Azul (Luccas Neto, Aventureira Vermelha (Giovanna Alparone) Aventureira Rosa (Beatriz Couto), Aventureiro Amarelo (João Pessanha) e Aventureira Amarela (Karol Alves). Não vou criticar, na minha época era o Ranger Vermelho, Ranger Azul… enfim. Completam o elenco as atrizes Juliana Didone e Gabriela Moreyra.

Agora, anabolizados por um pouco mais de orçamento e selos como Warner Bros. Pictures e Telecine. Não que tenhamos um primor de produção, mas um passo à frente das precariedades que o Luccas Toon oferece diariamente. A história é básica: um grupo de estudantes faz uma visita a um planetário e acaba descobrindo uma máquina que os joga para outra dimensão. Ou, se quiser usar a palavra da moda, outro universo… ou … multiverso. Por lá, terão que achar uma forma de voltar para casa, e aí, encarar algumas aventuras. 

E claro, terão alguns problemas no caminho.

No Reino da Alegria, terão que confrontar o desafio de encontrar energia para uma máquina que possa os levar de volta para a Terra (ou a nossa dimensão). O que só será possível com as pedras de energia, o que leva aos poderes e cores deles… e bom, o resto a gente já sabe. 

Os Aventureiros: A Origem em nenhum momento esconde seu objetivo: ser um derivado de uma série de sucesso infantil. Aliás, bem infantil. O lado bom é que ele pode levar e dar o gostinho de ir ao cinema para muitas crianças que sequer estariam ligando para uma sala escura e um saco de pipocas. Afinal, tá tudo no Youtube (!). É funcional para as crianças e fãs, ainda que esteja longe de ser algo importante, bem atuado ou edificante. É aquela obviedade que funciona, tal qual um dia funcionou com Xuxa e Os Trapalhões. E aqui não estou comparando qualidade ou gosto, apenas proposta.

Se no meio de toda sua precariedade de série que parece ter saído dos primórdios da Rede TV “Os Aventureiros: A Origem” fizer as pessoas conhecerem uma sala de cinema, já será uma vitória.

Veredito da Vigilia

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