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Army of the Dead é Zack Snyder na sua praia

Army of the Dead: Invasão em Las Vegas é o clássico filme de zumbi que reúne tudo que precisamos em um belo filme de ação e aventura, com aquele toque gore que toda produção com mortos-vivos merece. Mais do que isso, o novo filme de Zack Snyder é uma espécie de volta às origens para o diretor, depois de longos anos envolvidos nas obras dos super-heróis da DC Comics e que tanto geraram polêmicas, culminando, também neste ano, em Liga da Justiça de Zack Snyder, ou como chamamos no fandom, o SnyderCut. Army of the Dead é um respiro importante tanto para o diretor quanto para os fãs, que agora se sentirão ainda mais acalentados. O original Netflix é competente em quase todos os aspectos, entregando uma ótima programação para esses tempos de pandemia.

A história é aquela já vista nos trailers. Um grupo diverso de ex-combatentes e mercenários do exército, cada qual com seu talento, é reunido em uma missão não muito aceitável, que basicamente gira em torno de ganhar muita grana em um cofre de um hotel-cassino abandonado em Las Vegas. Nota importante: a cidade está sitiada há algum tempo e cercada graças a um evento que transformou todos em zumbis. Não precisamos de grandes explicações, não é mesmo? Mas na rápida mitologia criada por Snyder, basicamente ficamos sabendo que o governo norte-americano tem espécies dos mortos-vivos em alguma base secreta, e um zumbi fortão acaba escapando de uma operação de transporte, gerando o caos na cidade oásis no meio do deserto norte-americano.

E como Las Vegas permite brincar com vários clichês de seu turismo mundial, ela acaba também sendo um prato-cheio para as peripécias de Snyder. Logo de cara dá pra notar a assinatura do diretor, com um prólogo bem característico de sua cinematografia recente. Em um grande videoclipe (uma de suas grandes virtudes), ele entrega contexto, música e violência, mostrando logo de cara como agem esses novos zumbis. 

zack snyder voltando para sua praia
Army of the Dead: Zack Snyder cruza e corre para cabecear na produção da Netflix

O elenco também é competente. Ele ancora no poder de estrela de Dave Bautista (quase sempre um coadjuvante nos filmes que participa) a ideia mais sentimental do filme e o histórico necessário para termos apego a ele, sua filha (vivida por Ella Purnell, de O Lar das Crianças Peculiares) e seu grupo, que ainda conta com os carismáticos Ana de La Reguera (Maria), Matthias Schweighöfer (Dieter), Nora Arnezeder (Coyote), Omari Hardwick (Vanderohe) e uma ponta de Theo Rossi (da série Luke Cage). Aqui, ao contrário do SnyderCut, o diretor conseguiu condensar muito bem a essência da coisa, dando bastante espaço para o que importa: tiroteios, mordidas, sangue, um tigre zumbi e um grupo lutando contra uma população inteira de mortos-vivos. Deleite puro.

Por tudo isso, Army of The Dead é uma importante volta por cima de Zack Snyder, que, novamente pisando na sua praia e desopilando de um mundo sombrio com super-heróis que deveriam ser coloridos, consegue entregar o que faz de melhor. Apesar de dissecar elogios por aqui, vale destacar que, Snyder ainda precisa de um capricho melhor ao encerrar seus trabalhos, mas nada que estrague a boa experiência de vê-lo novamente com suas câmeras e vícios em um momento apocalíptico cheio de zumbis. Obrigado por isso Zack!

Veredito da Vigilia

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