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Zumbilândia – Atire duas vezes, a gente nem sabia que queria esse filme | Crítica

Pergunta padrão para qualquer continuação no cinema: Consegue ser melhor que o primeiro? Em Zumbilândia – Atire Duas Vezes (Zombieland – Double Tap) a resposta foge da regra. Normalmente a gente diz: “Ah, não. O primeiro é melhor”. Salvo uma ou outra exceção, essa é a regra. Talvez você discorde neste filme, ainda que a decisão com certeza não será unânime. Outra pergunta clássica nessas situações: Preciso olhar o primeiro? A resposta aqui é óbvia. Se você não tiver visto Zumbilândia (2009), nem arrisque a sessão. O conhecimento prévio é quase essencial para entrar na brincadeira. Algum outro consenso? Sim! Zumbilândia – Atire Duas Vezes era a sequência que a gente queria, mas nem sabia.

Com o retorno essencial de toda a equipe do filme lançado 10 anos atrás, ao entrar na sessão de Zumbilândia 2, você estará ao mesmo tempo fazendo uma volta no tempo e relembrando um universo único. Afinal, se em 2009 tivemos um apocalipse zumbi, o mundo não evoluiu como em nossa realidade. E isso faz bastante diferença na construção do roteiro e das piadas. A direção de Ruben Fleischer (esqueça Venom, o negócio dele é Zumbilândia) e o elenco afiado com Tallahassee (Woody Harrelson), Columbus (Jesse Eisenberg), Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin) nos colocam em uma das melhores comédias de “terrir” (terror pra rir) do ano. A começar com uma abertura sensacional ao som de Master of Puppets do Metallica.

E claro, para uma sequência, precisamos de novos elementos. A ideia de road-movie da sobrevivência continua. Mas com 10 anos vivendo na Casa Branca, o grupo, ou a família, já está com laços mais estreitos. E isso nem sempre é positivo. Quem dirá a adolescente Little Rock, que precisa se relacionar com Tallahassee em quase todo o tempo (ninguém suportaria). Ela precisa de respiros, novidades. E mesmo não tendo toda a expressão que no original, ela vai fazer a história andar. E entre outros elementos, temos algumas inserções certeiras. O destaque maior fica com Madison, interpretada com todos os estereótipos possíveis pela excelente Zoey Deutch. Ela rouba a cena, e mesmo quando você pensa que insistiram na piada, ela vai funcionar. Orbitam a trama também com funções bem pontuais Nevada (a sempre ótima Rosario Dawson), Albuquerque (Luke Wilson) e Flagstaff (Thomas Middleditch) e o hippie Berkeley (Avan Jogia).

A turma toda está de volta!

As piadas com a temática “zumbi” são pontos fortes – The Walking Dead mandou um alô! E as regras vistas no primeiro filme voltam com ainda mais força, auxiliando na narrativa, e claro, novamente nas piadas. Preciso me entregar rapidamente aqui: eu ri demais durante a sessão. E tudo isso me levou a começar o texto com a tal pergunta padrão. Talvez os 10 anos de espera entre um filme e outro contribuam bastante com a situação, mas Zumbilândia – Atire Duas Vezes é tão bom quanto o seu original. Praticamente tudo colabora para ser melhor, inclusive o elenco, que deixou de ser composto por nomes queridinhos para se tornar um elenco quase estelar, com indicações e premiações importantes dentro dos principais festivais de cinema do mundo. E você vê de longe que eles estão todos ali se divertindo.

Dica importante: entre todas as piadas refeitas e recriadas, uma delas rende duas cenas pós-créditos que valem muito a pena. Embora a regra número um de Columbus seja correr, não faça isso ao terminar a sessão.

Veredito da Vigilia

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