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Divertido e surpreendente, Bad Boys Para Sempre é um resgate dos anos 90

Depois de dois filmes nos já distantes anos de 1995 e 2003, fica fácil torcer o nariz para um filme como Bad Boys, não é mesmo? Afinal, podem os mesmos personagens, uma fórmula não muito original e até mesmo desgastada, e o típico filme de ação policial com carro, tiros e explosão, funcionar agora em 2020? A resposta é surpreendente positiva em Bad Boys Para Sempre (Bad Boys For Life), que estreia no Brasil no dia 30 de janeiro. Divertido, dinâmico e até mesmo violento, o retorno de Will Smith e Martin Lawrence aos papéis dos policiais Mike e Marcus reúne todos os itens mencionados anteriormente, mas consegue se reinventar ao não tentar enganar o espectador. Desde o início você sabe que nas ruas de Miami, a galhofa e a ação estão nas mãos dessa dupla.

Para os mais jovens, basta dizer que Bad Boys (1995) foi um estrondoso sucesso para os nem tão conhecidos Will e Martin sob a batuta do sempre explosivo Michael Bay. A sequência de 2003 foi pouco comentada, mas agora a ideia é poder rir de si mesmo, com uma dose alta de sangue, sem deixar de lado a comédia. Mike e Martin continuam trabalhando e com o reconhecimento de todos (principalmente dos mais jovens), eles formam a dupla que já prendeu muita gente. Mas é claro, uma nova quadrilha está chegando, e desta vez, com uma profunda mágoa particular por tudo que Mike já fez no passado. Por outro lado, Marcus já está cansado da vida policial e se aposentar parece uma escolha óbvia, ainda mais depois de virar avô. Com estas cartas na mesa, a dupla de diretores Adil El Arbi e Bilall Fallah monta uma sequência honesta, calcada em uma edição rápida e eficiente, mesmo que isso possa atropelar de vez em quando alguma coerência.

Hello 90’s my old friend

A diferença agora é que os ban-ban-bans reconhecem que já não são tudo isso. Ou pelo menos um deles. Marcus não vê problemas em trocar um revólver por um controle remoto de televisão e uma simples aposta entre os “coroas” acaba resultando na grande primeira surpresa do filme. Sem entrar em spoilers, a montagem é quase sacana, mas não tira o forte impacto da grande primeira dificuldade imposta para a dupla, principalmente Mike. Junto a tudo isso, vemos uma equipe de policiais da nova geração mostrando que o mundo mudou e alguns procedimentos podem ser feitos de formas mais inventivas. Nessa equipe vemos Vanessa Hudgens como Kelly, Alexander Ludwig (o nosso Bjorn de Vikings) como Dorn, Charles Melton (Riverdale) como Rafe e Paola Nuñez (Rainha do Sul) como Rita.

O elenco todo de Bad Boys Para Sempre

Bad Boys Para Sempre se justifica por seus momentos realmente impactantes. Os diretores não pouparam o público de cenas sangrentas, quase gores, mesclando gravidades com cortes cômicos certeiros. E isso funcionando, o resto acaba sendo muito orgânico e automático. As piadas entre gerações são bem colocadas e até mesmo as caricatas aparições de Martin Lawrence são incrivelmente boas. O elenco “jovem” completa essa ideia, todos com uma boa participação sem que haja alguma aparição que pareça forçada. E vale ficar atento ainda para uma ponta do próprio Michael Bay, que certamente vai arrancar mais um sorrisinho no canto da boca do nerd mais atento.

Com o perdão da repetição, Bad Boys Para Sempre é realmente surpreendente. Essa é a palavra que pode resumir a obra. Com uma franquia que pouco poderia se esperar, história, produção, ação, comédia e atores entregam um filme afiado, que vale muito a pipoca. A Vigília Recomenda!

Veredito da Vigilia

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