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Viagem no tempo: o final da trilogia

Essa terceira e última parte da lista de filmes sobre viagem no tempo demorou para sair. Confesso que a pesquisa foi maior que eu pensava e trouxe clássicos e novidades (meus agradecimentos a Cinebox Videolocadora e Livraria – www.cinebox.com.br, YouTube e a Netflix pelo acervo) além do que eu mesmo imaginava existir. Foram 46 filmes e 7 séries assistidas e comentadas. Os filmes estão aí, e as séries ganharão um texto extra! Obras primas e bombas (várias), para o seu deleite audiovisual.

Como a Vigília não vive sem música, dê um play! Temos trilhas sonoras ótimas e completas!

Aumente o volume e boa viagem!

NIMITZ – De Volta ao Inferno (The Final Countdown, 1980)

Confesse que ao ler o nome original, entrou aqueles tecladinhos da clássica música do Europe na sua memória. Pois é, mas não há nenhuma relação da música com o filme (hehehe). O filme é ótimo para quem curte uma nostalgia e ver as grandes atuações de Martin Sheen e Kirk Douglas. Quem gosta de história e 2ª Guerra também vai curtir pois a história se trata do porta-aviões nuclear USS NIMITZ, que nos anos 80 durante uma operação padrão militar entra em uma tempestade/vórtice temporal e volta no dia anterior ao ataque japonês a Pearl Harbor. Cabem ao capitão (Douglas), ao senador (Charles Durning) e um analista (Sheen), decidir se utilizam a tecnologia e os caças modernos para eliminar os kamikazes japoneses antes da terrível derrota americana. Tem uma trama paralela fundamental e que vai te deixar com uma pulga atrás da orelha. Baseado no livro de Martin Caidin. Clássico absoluto!

ARQ (ARQ, 2016)

No mesmo estilo da trilogia publicada na Parte 2 sobre Viagem no tempo, esse filme produzido pela Netflix com Robbie Amell (da série Flash, não confundir com seu primo Stephen Amell de Arrow) e Rachael Taylor (da série Jessica Jones) segue a premissa do morre e acorda no mesmo dia. Dessa vez, em um futuro apocalíptico, uma máquina produz o efeito. Sem muita inovação na abordagem, um suspensezinho que deixa o final em aberto. Ou não?

Primer (Shane Carruth, 2004)

Partindo do princípio de que não teremos uma apresentação dos personagens e seus ambientes, somos jogados direto no meio da rotina (e rotinas podem ser bem chatas). O filme tem muitos diálogos científicos, o que contribui para a monotonia e morosidade da história. Juro que tentei entender e não sei dizer a fundamentação científica do roteiro, mas com certeza é o filme mais “pé no chão” de todas as três listas. Nada de magia ou ciência fantástica, aparentemente se existir Viagem no Tempo, é assim que vai ser. Quatro cientistas usando seu tempo de folga fazem experimentos em uma garagem, ocorre de fazerem um teste com tecido orgânico e nisso descobrem que podem voltar no tempo. Precisei ver umas três vezes pra sacar como o filme funciona. Desafio você a conseguir assistir, já que não tem nenhum nomezinho famoso, efeito especial bacana ou ainda trilha sonora.

Projeto Filadelfia – The Philadelphia Experiment (Stewart Raffill, 1984)

Ah os anos 80! Que bela época de filmes clássicos e inocentes. Quem assistiu Stranger Things (aqui estão os motivos para assistir). possivelmente vai se encontrar nesse filme. Uma coisa é certa, não espere uma explicação lógica para a viagem desse filme. Em plena segunda guerra, jovens são levados para um porta-aviões para partir para a guerra. O que parecia ser uma simples operação militar, na verdade é um experimento científico que faz dois soldados caírem do porta-aviões e avançarem no tempo para os anos 80. Muitos defeitos especiais. Tem uma refilmagem de 2012 feita para a televisão.

Projeto Almanaque (Project Almanac, 2015)

Aproveitando a onda de filmes “câmera-na-mão”, a exemplo de Bruxa de Blair, Cloverfield, Projeto X, faltava um filme sobre Viagem no Tempo. E aí está, uma ótima surpresa! Depois de encontrarem no porão da casa um laboratório (e não é por acaso, é quase crível) deixado pelo pai cientista falecido de um dos jovens da trama, o grupo descobre e monta com as peças e dicas deixadas uma máquina do tempo. Claro que usariam para benefício próprio, ganhar dinheiro, descolar uns namoros. E óbvio que algumas coisas não dariam certo. O filme é muito bacana, aconselho!

Looper: Assassinos do Futuro (Looper, 2012)

Dirigido por Rian Johnson (dirigirá o próximo Star Wars – Episódio VIII), o filme traz um Joseph Gordon-Levitt facialmente diferente do normal, interpretando um looper, assassinos do futuro contratados para eliminar viajantes do tempo, pois no futuro essa prática é proibida. Quando o próximo trabalho dele é eliminar ele mesmo 30 anos mais velho (Bruce Willis), ele não consegue, deixando escapar o seu eu-futuro. Começa aí uma caçada pelos seus próprios colegas e pelo vilão Jeff Daniels. Emily Blunt está novamente lá (lembra dela em Limite do Amanhã da nossa lista anterior?) para o bem dos nossos olhos. Imperdível!

Um parênteses para a: Trilogia do amor atemporal 

Te amarei para sempre (The traveler s wife, 2009)

Um bibliotecário americano (Eric Bana) tem um gene que o permite viajar no tempo. Isso não quer dizer que ele consiga isso (no início) muito bem. Uma discussão pode ser aberta nesse filme, pois a forma que ele conquista a futura esposa é voltando no tempo quando ela é criança e moldando a personalidade da pequena Clare (Rachel McAdams). Apesar disso muitos clichês de comédia romântica estão lá.

Kate & Leopold (2001)

Meg Ryan faz (na minha visão) a sua derradeira comédia romântica, depois de passar os anos 90 esbanjando seu carisma no gênero. Julgue-me.

Hugh Jackman recém saído das garras e roupas de couro de X-Men, mais tarde viria a se encontrar em o diretor James Mangold nos filmes de um certo ‘baixinho’ furioso. Um conto de fadas, em que Stuart (Liev Shreiber, também conhecido de um filme que gostaríamos de esquecer, não por acaso também com Hugh Jackman) encontra uma brecha no tempo e volta para 1876 trazendo junto Leopold, o Duque de Albany, para o futuro. Óbvio que Kate e Leopold se conhecem, se apaixonam, brigam, se entendem novamente e vivem felizes para sempre.

Curiosidades:

  • O elevador moderno na verdade foi criado por Elisha Otis em 1852, que mais tarde fundou a empresa Otis Compania de Elevadores.
  • No sanatório, Stuart diz que os cachorros por não conseguirem ver as cores não conseguem ver arco-íris, mas na verdade conseguem ver alguns tons. Ele relaciona isso com a capacidade de nós humanos não conseguirmos ver o tempo como ele realmente é. “Got me”!
  • Trilha sonora completa!

Questão de Tempo (About time, 2013)

Rachel MacAdams deve gostar do tema tempo, pois além de estar em Doutor Estranho (que usa o tempo como solução do filme) está aqui mais uma vez, juntamente com um dos mais requisitados atores da atualidade, Domhnall Gleeson (Ex-Machina, Star Wars: O Despertar da Força, Harry Potter, etc) no papel principal do jovem Tim, que pertence a uma família em que os homens tem capacidade de viajar no tempo. Não só de romance vive o filme, a relação da família e principalmente de Tim com o pai (Bill Nighy) é encantadora e tocável. Momento queixo caído: Margot Robbie. Questão de Tempo também está na nossa lista de filmes para o Dia dos Namorados!

Confira a trilha sonora completa!

Fim do parênteses da Trilogia do Amor Atemporal

Déjà Vu (Tony Scott, 2006)

Um dos filmes mais conhecidos do inglês Tony Scott (diretor de clássicos como Top Gun, Maré Vermelha, Jogo de Espiões, Incontrolável e irmão do também ótimo diretor Riddley Scott), deixa aqui uma de suas últimas obras após nos deixar em 2012. Trabalhou muito ao lado de Denzel Washington, que aqui faz um policial que investiga um atentado. Assim que a investigação afunila, ele é contatado para um departamento científico da polícia que possui uma tecnologia que consegue ver quatro dias no passado. Visualmente impressionante, duvido você não querer estar na sala de comando em uma investigação. É daqueles filmes fechados que não fica uma brecha no roteiro e mesmo sabendo o que vai acontecer, você torce para que não aconteça. Também estão aqui a, na época promessa, Paula Patton, Val Kilmer (lembram que ele já foi o Batman?), Jim Caviezel (A Paixão de Cristo) e Elden Henson (o Foggy de Demolidor). Típico filme que passou na clássica Supercine no sábado a noite e que curtimos muito. Roteiro e direção impecável. Sentimos sua falta Tony!

Easter Egg: Homenagem a Nimitz – De Volta ao Inferno logo nos primeiros minutos.

Camisa de Força – The Jacket (John Maybury, 2005)

É mais um drama psicológico que filme de viagem temporal. Veterano da guerra do golfo se envolve em um crime e é julgado e sentenciado a uma instituição de tratamento mental. Lá sofre alguns experimentos que quando colocado em uma camisa de força e preso em uma gaveta, sua mente (até onde entendi) viaja para o futuro. Parece faltar algo nesse filme, talvez não seja pra entender mesmo, não creio que furos ou erros de continuidade tão básicos não sejam propositais, enfim… nem a lindinha Keira Knighley ajuda a “película”, Adrien Brody tem o carisma de um camelo.

Timequest (2000)

Uma história sobre um viajante no tempo que volta para prevenir J.F. Kennedy do seu assassinato, criando assim uma nova linha temporal totalmente diferente do que conhecemos. Nela os Beatles foram um fracasso, não houve guerra no Vietnã, e a Lua foi explorada pela NASA em conjunto com a Rússia. Se curte história americana, efeitos de má qualidade, atuações duvidosas e nenhum rosto conhecido (Bruce Campbell, o Ash não vale), arrisque-se por sua conta.

A pista (La Jeteé, 1962)

Vai fazer maratona? Comece por aqui!

Muitos dos filmes dessas listas beberam da originalidade desse curta francês preto-e-branco.

Poderá ter dificuldade ao assistir, pois além da narração e fotografia, esse filme não tem movimento (quase), não tem diálogos. Mesmo assim, as fotografias que compõem a narrativa são lindas, os olhares arregalados dos personagens dão um tom nervoso enquanto as fotos da protagonista mostram uma beleza feminina contida, mas não menos impactante.

Se tu curte um filme mais artístico, fotografia (a parte da exposição de animais é linda), trilha sonora vai gostar desse curta.

Alerta de Spoiler, leia a próxima frase por sua conta e risco!

12 Macacos (o filme, não a série) copiou quase tudo, inclusive o final, o que não deixou de ser uma ótima solução para o trama.

Sem Segurança Nenhuma (Safety Not Guaranteed, 2012)

“Procura-se – Alguém para voltar no tempo comigo. Isso não é uma piada. Você será pago(a) assim que voltarmos. Precisa trazer suas próprias armas. Segurança não é garantida. Fiz isso apenas uma vez”. Esse é o anúncio que um jornalista e dois estagiários de uma revista furreca são enviados para uma micro cidade no interior, pois não tinham nenhuma matéria mais importante para fazer. Chegando lá, o jornalista Jeff (o sempre ótimo/estranho Jake Johnson, o Nick de New Girl) desmente dizendo que foi só para rever uma antiga namorada. Não tenho um gênero para rotular esse filme, talvez uma comédia romântica bizarra, difícil definir. O que é fácil definir é a empatia com os personagens que pelos comportamentos e histórias nos remetem a um pouco das maluquices nossas do dia-a-dia. Dirigido pelo novo prodígio de Hollywood, Colin Trevorwood (Jurassic World, Star Wars: Episodio 9). Trilha sonora completa aqui! 

Intervalo de Tempo (Time Lapse, 2014) 

Não tem viagem no tempo. Casal e amigo que moram juntos descobrem que o vizinho cientista construiu uma máquina fotográfica que aparentemente bate uma chapa (foto) de um dia no futuro. Muitas reviravoltas nessa produção meia boca.

Triangulo do Medo (Triangle, 2009) 

Horror! Reviravoltas! Muitas mortes! Muitas mesmo, nem tem tanto elenco para tantas mortes, mas enfim… O elenco é bem fraquinho, não só pelo irmão whatever do Chris Hemsworth, não se salva ninguém (em talento e vivo também). Daqueles filmes que tu acha que está acabando (e não faria diferença acabar antes), mas segue o filme!

É tipo um triângulo das bermudas da viajandera.

Synchronicity (2015)

Nem a bela Brianne Davis (who?) salva esse filme. Efeitos fracos (ou nem presentes), roteiro previsível, e os tons escuros da ‘película’ também dificultam. Então, a premissa básica de viagem no tempo, cientistas criam uma máquina do tempo, financiados por um empresário pra lá de suspeito (Michael Ironside, único rosto conhecido), algo dá errado e um deles volta para tentar resolver. Poderia voltar um pouco mais e dar uns toques para quem financiou esse filme.

Paradox (2016)

Estrelado pela dublê da Xena (Lucy Lawless, a Princesa Guerreira). Essa é a definição do filme no Netflix. Sério. Cientistas criam uma máquina que faz viajar uma hora no futuro. Efeitos toscos, lutas improváveis, reviravoltas óbvias. No mínimo engraçado. E só.

Interestelar (Interstellar, 2014)

Mas o que um filme de viagem espacial faz nessa lista?

Bem… conforme aquele velhinho da língua de fora, não existe tempo sem espaço.

Apesar de várias opiniões contrárias, esse filme é um dos mais calcados na ciência, logo, mais logicamente explicado. Óbvio que como obra de ficção-científica o diretor/escritor Christopher Nolan (não preciso apresentar, né?) tem a liberdade criativa que lhe convier. Visualmente incrível, se passa em um futuro próximo onde o planeta Terra não nos permite mais sustento, logo devemos procurar um novo lar. Matthew McConaughey e sua super equipe de astros hollywoodianos são levados a um buraco negro que os levam para o outro lado do universo em busca de um lugar que nos aceite.

Como cientista que sou (medíocre, mas sou), vejo que é o mais próximo de viagem espaço-temporal que chegamos, nos resta sonhar com o impossível e fantasioso desejo humano de quebrar mais uma barreira que humildemente reconhecemos que pode nunca chegar. Vale olhar o documentário: A Ciência de Interestelar, e ficar ainda mais curioso com todas essas teorias.

No buraco negro que dobra o espaço-tempo e nos leva para o futuro, presente e passado para acompanhar a tocante relação pai-filha (e alvo de muitos memes). Relação essa que traz outro ponto de vista do filme, o amor. Conforme Nolan disse em algum lugar… é ele que transcende o espaço-tempo. Se não curte ciência, isso basta de motivo para ver o filme.

Menção Honrosa:

Doutor Estranho (Doctor Strange, 2016)

Não é propriamente um filme focado no tema, só não pude deixar de fora, pois o derradeiro confronto entre Strange e os vilões envolve viagem no tempo para solução da trama. De posse da jóia do infinito do tempo (uma das seis pedras cósmicas do Universo Marvel em que o portador de todas recebe a onipotência), ele controla o tempo ao seu redor fazendo ele retornar até onde mais convém à sua necessidade, usando dessa premissa até conseguir resolver o desafio. Ótimas atuações, efeitos visuais “mágicos”. Assista na maior tela que puder e leia também nossas críticas completas!

Éderson Nunes

@elnunes

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