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Uma Razão para Viver | Crítica

Andrew Garfield (Até o Último Homem) novamente mira o Oscar em um daqueles filmes de atuação. Mas não é só  isso. Uma Razão Para Viver é também um filme que conta uma bela história real da forma certa, e que sim, também pode figurar entre os destaques dos melhores na cerimônia mais badalada de Hollywood. Com estreia na quinta-feira, dia 9 de novembro, a obra é de ninguém menos que Andy Serkis, o Gollum de O Senhor dos Anéis e o Cesar de Planeta dos Macacos: A Guerra, que vai para o outro lado das câmeras e mostra que seu talento não tem limites. Completam o cardápio a excelente Claire Foy (a Rainha Elizabeth II de The Crown) e o agora adulto Dean Charles-Chapman, mais conhecido como o rei suicida Tommen Baratheon, de Game Of Thrones.

Rodado em belas locações na África e em Londres, Uma Razão para Viver é o típico filme que agrada a críticos e ao público. Ele conta a história do britânico Robin Cavendish, que aos 28 anos, no auge da sua vida e do seu amor por Diana (Claire Foy), é diagnosticado com poliomielite e perde os movimentos de seu corpo do pescoço para baixo. E como tudo começa no final dos anos 50, a ordem médica é de não sair do hospital. Uma prisão um tanto incômoda para um jovem que tinha na energia de viver uma de suas maiores qualidades.

O drama de Robin Cavendish começa aos 28 anos

A situação adversa derruba Robin. Basicamente, tudo o que ele quer é que desliguem o aparelho que o mantém respirando. Mas Diana estava grávida de seu primeiro filho e ela, com todo o amor que lhe cabe, não vai abandonar o marido. Todo esse contexto poderia por si só, nos colocar em um belo conto de amor e de persistência. Mas ele vai além. Aqui temos uma bela noção de como as coisas são para aqueles que não têm as mesmas possibilidades da maioria, e de como a sociedade trata seus próximos de forma diferente simplesmente por terem algum tipo de deficiência ou falta de habilidade. Todo o contexto contrário fez com que novos olhares sobre as pessoas que mais precisam fossem construídos. Sempre aos poucos, mas com pequenas e importantes vitórias. Um passo de cada vez, como quando se aprende a andar.

O diretor Andy Serkis, Claire Foy, Andrew Garfield e o produtor e filho de Robin, Jonathan Cavendish

O elenco escolhido, as cores e a fotografia de Uma Razão Para Viver estão dignos dos diretores mais experientes da sétima arte. Outra curiosidade é que Jonathan Cavendish, filho de Robin, é atualmente um produtor de cinema, e foi justamente ele que auxiliou Andy Serkis a contar a exemplar história do pai. Contrariando tudo e a todos, Robin foi quem iniciou grandes revoluções para tirar pessoas paralisadas das prisões as quais os médicos acreditavam que eles teriam as melhores condições de vida. E mesmo os eventuais acidentes de percurso que ele sofreu, valeram para que todos nós hoje, também possamos aprender um pouco mais e notar que a inclusão não é um favor, mas uma necessidade e dever de todos.

Andy Serkis já era um grande astro, agora, começa a se inscrever no hall dos maiores do cinema.

 

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