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Uma Família de Dois | Crítica

Pra quem estava com saudade de ver Omar Sy (Os Intocáveis de 2011) em uma comédia com traços de drama da vida real, chegou aos cinemas Uma Família de Dois. A história, que mescla ótimos cenários da Europa (Inglaterra e França), é dirigida por Hugo Gélin, e depois de passar pelo Festival Varilux de cinema Francês 2017, começa a ganhar o circuito comercial no Brasil. A estreia oficial é dia 29 de junho.

Em Uma Família de Dois (Demain tout Commence) Omar Sy faz o que faz de melhor: interpreta um sujeito expansivo, enrolão e malandro, que só quer se dar bem. Mas, como diz a minha sogra “Malandro é o gato que já nasce de bigode”, e entre as suas várias conquistas amorosas na praia onde trabalha como piloto de lancha, ele recebe uma visita inusitada de um crush de outro verão. A alemã Kristin (Clémence Poésy) traz no colo a pequena Gloria (Gloria Colston), fruto de uma aventura de nove meses atrás. Ela abandona o bebê nos braços de Samuel (Omar Sy). A partir daí, tudo muda na vida do bon vivant.

Com o plot inicial em tom de tragicomédia, Samuel até tenta reaver a mãe de sua até então desconhecida filha. Mas ao segui-la para Londres, todas suas pistas são frustradas e ele acaba recorrendo ao desconhecido Bernie (Antoine Bertrand) que tinha dado em cima dele no metrô. Ele é agente de atores, e ajuda na guinada mais improvável já enfrentada por Samuel. De piloto de lancha, ele passa a dublê famoso de filmes de ação, e com ajuda de Bernie cria a pequena Gloria da melhor forma. Aqui começam aquelas cenas legais de se ver com o relacionamento dos dois funcionando em pura alegria. Mas, nem tudo são flores.

A pegada muda com a forma que Samuel criou para justificar a falta da mãe na vida deles. E pra isso, nada melhor do que forjar fotos dela espalhadas pelo mundo, onde ela vive em constantes missões especiais, já que ela é uma “Agente Secreta” e não pode ser vista. Haja criatividade. A pegada também muda com o improvável retorno de Kristin e o drama da batalha judicial pela guarda da menina, a qual ela não via há pelo menos oito anos.

Uma Família de Dois acerta o tom entre comédia com lições de vida, e é um daqueles filmes pra se assistir sem grandes compromissos. O plot twist é marcante e o cuidado com as cenas externas e a fotografia são grandes acertos, dando uma sensação boa, ao mesmo tempo em que as notícias podem não ser a que a gente espera. O mais descuidado pode até chorar no final. Vale muito a pipoca.

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