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Tulsa King: a série de máfia com Sylvester Stallone

Desde dezembro disponível no Paramount+, Tulsa King, a série de máfia estrelada por Sylvester Stallone não ganhou todos os holofotes. Amparada em grifes como o próprio astro, a produção ainda tem como chefes Taylor Sheridan e Terence Winter. Pra quem não lembra, Sheridan é responsável por ótimos filmes como A Qualquer Preço e Terra Selvagem, e atualmente lidera outras séries de muito sucesso como Yellowstone, 1883, Mayor of Kingstown e 1923. Todas, desde já, devidamente recomendadas aqui por este que vos escreve. 

E Tulsa King tem uma história que desde sua premissa já nos chama atenção. Stallone é Dwight Manfredi, por óbvio, um descendente italiano. Depois de 20 anos na prisão, por um segredo que é mantido durante toda a temporada, ele ganha a liberdade. Longe da família e da máfia que o empregava, ele é enviado para a cidade de Tulsa. Por alto, uma cidade sem qualquer atrativo para quem vinha de Nova Iorque. Nem tão grande, para se camuflar rapidamente, nem tão pequena para passar despercebido. Como um peixe fora d’água, Dwight precisa se restabelecer no tempo – há 20 anos fora do mundo, ele não conhece os smartphones, o Google, Uber e outras facilidades – e no novo local. E claro, por lá, ele vai fazer o que sempre fez: abrir negócios e relações obscuras sem qualquer compromisso com a lei.

E logo de cara, Tulsa King nos joga para um piloto divertido, com uma certa violência, mas para um personagem de fácil conexão. A primeira amostra não nos aponta se teremos realmente uma série focada na comédia, ação ou drama. Conforme os episódios vão avançando, vamos vendo que Sherydan e sua equipe conseguem realmente casar todos esses aspectos de forma orgânica. Com um elenco um pouco menos conhecido (temos ali Martin Starr, da trilogia Homem-Aranha da Marvel Studios), mas competente, a série cresce em sua primeira metade, e perde um pouco do fôlego ao final, claramente acelerando alguns embates. 

Por óbvio, o passado de Dwight vai se descortinando aos poucos, apresentando um personagem com várias camadas, mas nada preto no branco. Os tons de cinza que o fazem crescer. Mal comparando, ele é um Walter White. Preocupado com a família, mas sem qualquer escrúpulo para defendê-la ou defender seu amigos. O problema, é claro, é que a máfia que o emprega também será a máfia que vai lhe perseguir. O que dá o tom de toda a primeira temporada.

Com 10 episódios de pouco mais de 30 minutos, Tulsa King é de fácil consumo. Bem maratonável, para quem gosta da proposta. Longe do desastre que foi Samaritano, a série de “máfia atualizada” tem em Stallone o centro das atenções e é essencial para fãs do nosso eterno garanhão italiano. Impossível não assistir e não querer emular o sotaque e o tom embolado de Stallone. No meio de tantas produções que estreiam sem a gente sequer saber, Tulsa King é um pequeno oásis de satisfação. Entretenimento descomplicado e de fácil absorção, que tem o necessário: nos faz torcer por uma continuação.

Veredito da Vigilia

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