Toy Story 4: mais um trunfo dos brinquedos | Crítica
Toy Story 4 já está em cartaz no Brasil e a pergunta que a maioria dos fãs da franquia ficou se fazendo antes dele chegar foi: “Mas gente, precisa mesmo? O terceiro fechou a história de forma tão maravilhosa!?!?”. A resposta é sim. Precisava. Tal qual a despedida de Vingadores: Ultimato, o quarto filme dos brinquedos liderados por Woody (Tom Hanks) e Buzz Lightyear (Tim Allen) traz tanta dramaticidade (e, claro, diversão) quanto. Você vai se emocionar, sorrir e chorar no cinema. Tudo como manda o figurino. A direção é de Josh Cooley, que já trabalhou em curtas da franquia e outras animações, mas Toy Story 4 é sua primeira assinatura própria.
Tudo começa com um flashback que vai mexer com quem já se emocionou ao final do terceiro filme. E nele, uma deixa para relembrarmos a personagem que não esteve presente no terceiro, a pastora Betty (Annie Potts) e suas três ovelhas Mariel, Muriel e Abel. O seu retorno e o seu destino inicial, ainda na casa do jovem Andy, nos dá o background para tudo que vai chegar.
Mas claro, o filme volta a sua linha de tempo que acompanhamos no emocionante Toy Story 3 (que continua sendo o melhor de todos). Woody e seus amigos estão agora na casa da pequena Bonnie. E precisamos de poucos segundos de tela para saber que ela não é igual ao Andy… e para termos aquele recado de que o mundo está mudando, e o protagonismo também. Uma cena singela, mas cheia de significados, faz com que nosso Woody fique no armário, enquanto todos os outros entram na brincadeira. Já Bonnie terá que enfrentar seus primeiros dias na escola. Mesmo relegado, Woody sabe qual é a função de todo o brinquedo e se torna o (co) responsável pela criação que conduzirá uma aventura quase que totalmente restrita aos brinquedos. Ele auxilia Bonnie a superar seu traumático primeiro dia de aula, dando origem ao Garfinho, o lixo que virou brinquedo – o que rende boas piadas.
Mas Toy Story 4 é um filme sobre evolução. Sobre tocar para frente. Sobre segundas chances, e sobre se conhecer. E isso ficará explícito quando a família de Bonnie levar todos eles para uma clássica road trip antes das aulas começarem a todo vapor. E é aí que toda a confusão começa. Garfinho insiste em se “matar” no lixo, afinal, um talher descartável também conhece o seu destino. Woody, sempre como o brinquedo leal a sua dona, acaba sempre fazendo o necessário para resgatar o brinquedo “suicida”. A esta altura, ele é o mais importante para Bonnie. E isto leva todos eles para uma pequena cidade onde teremos um antiquário e um parque de diversões. O suficiente para novos (e excelentes personagens) e um reencontro marcante. Até mesmo o queridinho da vez, Keanu Reeves (John Wick 3: Parabellum), empresta sua voz para o corajoso (será?) Duke Caboom.
Buzz desta vez fica um pouco mais de lado, mas tem ótimas cenas. Principalmente com a metáfora de uma tal “voz interior” entre ele e Woody. Mais um ensinamento que Toy Story deixa para as novas gerações. Junto com a nova dupla Coelhinho e Patinho (dublados na versão brasileira por Antonio Tabet e Marco Luque, respectivamente), eles são os responsáveis pelas cenas mais engraçadas.
Com novos conflitos entre brinquedos, mas sem o maniqueísmo do bem e do mal, Woody acaba conhecendo um novo mundo, onde um brinquedo (e pessoas) podem também seguir em frente e que o mundo pode ser maior que o quarto onde ele vive (bem marcante). É claro que não podemos entrar no desfecho do filme, mas é certo que você também vai perceber os ensinamentos. E tocar para frente, pois a vida é cheia de caminhos, e a mudança, às vezes é inevitável.
Precisava de Toy Story 4? Pois então… A Vigília Recomenda.