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The Walking Dead | Crítica da 8ª temporada

São poucas séries que resistem a tantas temporadas e continuam empolgando os fãs. Não falo aqui de séries “procedurais”, aquelas em que cada episódio é um caso da semana ou vilão da semana. Falo de séries que contam uma história completa, do início ao fim. Diga uma que durou mais de 5 temporadas e não tenha ficado naquele enrola-desenrola só pra garantir mais audiência e prender o espectador para um final incrível. Sopranos e Sons Of Anarchy funcionaram, Prison Break, 24 horas, nem tanto.

É um problema que o setor televisivo norte-americano talvez não tenha aprendido. Parar de pensar em esticar tramas para aproveitar a boa receptividade do público e partir para novas histórias. A imaginação é capaz de tudo, não me venham com a desculpa de falta de criatividade.

Feito o nariz de cera, chegamos na oitava temporada de The Walking Dead, uma série baseada nas HQs de Robert Kirkman e que (ainda) não foram concluídas. No original dos Estados Unidos, o volume 29 foi lançado em março de 2018. Cronologicamente, a oitava temporada da série está próxima dos volumes 19 a 21 dos quadrinhos, ou seja, teríamos gás para no mínimo, sei lá, umas 5 temporadas quem sabe? É bastante. Será que teríamos paciência? Sempre lembrando que The Walking Dead está arrastada e com poucas conclusões…

O produtor David Alpert disse em 2014 que ele esperava que a série terminasse na temporada 10. Com isso teríamos o mesmo paradigma de Game Of Thrones, acabando antes mesmo do conteúdo original? Da mesma forma que Game Of Thrones, sabemos que a série e as HQs (ou obra literária) têm bastante diferenças (salve a TV por Daryl!), então penso ser um caminho bem óbvio para que a série não se desgaste ainda mais. A produção tem muita sorte de ter encontrado um ator do naipe de Jeffrey Dean Morgan para viver o afetado Negan, que desde a sexta temporada vem segurando a série com sua atuação que odiamos amar, ou amamos odiar. E aqui que a temporada 8 encerra. Com o destino de Negan um tanto controverso.

*Atenção aos spoilers*

Andrew Lincoln é Rick Grimes e Seth Gilliam é Gabriel Stokes. Crédito da foto: Gene Page/AMC

Quando todos esperavam um final cruel e derradeiro para Negan, Rick (Andrew Lincoln) apesar de o atingir mortalmente, o salva e mantém a solicitação do filho Carl (Chandler Riggs) que sonhava com a convivência pacífica entre os povoados inimigos. Isso desperta a ira de Maggie (Lauren Cohan) que teve o marido esmigalhado pelo próprio Negan no final da sexta temporada. A decisão de Rick com certeza trará um grande embate entre ele e Maggie. A nona temporada deve retornar entre outubro ou novembro de 2018, e tirando a própria Lauren Cohan (medo), todos os artistas já renovaram o contrato.

No mais, a oitava temporada (a sétima estreou na Netflix no domingo do último episódio da oitava) teve poucas surpresas, mas alguns pontos altos:

– A relação amor e ódio (nosso) com Eugene (Josh McDermitt), que foi o responsável pelo plot-twist no último episódio (assista, pois foi muito bacana e inesperado);

– As táticas de guerra entre Rick e Negan (e seus cupinchas);

– O sacrifício de Carl para que o povo de Hilltop/Alexandria/O Reino tenham um médico;

– A luta no episódio 12 entre Negan e Rick;

– O Adeus à Shiva;

– Raiva pelo menino Henry e pelo Salvador Jared;

– Jerry sempre queridão.

Lennie James é Morgan Jones em The Walking Dead. Créditos Foto: Jackson Lee Davis/AMC

Mas também tivemos alguns momentos que seria melhor esquecer (mas não consegui):

  • Morgan (Leslie James) loucão;
  • A “não morte” de Tara;
  • Personagens que não agregaram: Aaron, Tara, Rosita (valeu só pela vomitada que levou), Gabriel;
  • Personagens badass que não foram badass: Daryl, Carol, Ezekiel, Jesus, Michonne, Dwight e Simon.

 

Um dos momentos esperados e que vinha sendo cozinhado pelos produtores americanos era o crossover entre as séries The Walking Dead e Fear The Walking Dead (originalidade zero), mas que fracassou totalmente na proposta. Junto com o último episódio da oitava temporada de The Walking Dead, estreou o primeiro episódio da quarta temporada de Fear The Walking Dead, série criada (mais uma vez) para ir na cola da audiência da série original, mas com personagens novos, feitos exclusivamente para as telinhas, e que apesar de ter um elenco interessante, passou batido pelos fãs. Talvez melhore com a adesão de novos personagens, como o motivo do crossover: Morgan, a jornalista Althea (vivida pela queridinha ex-Lost Maggie Grace) e um interessante John (Garret Dillahunt). Tirando a personagem da atriz Kim Dickens (provavelmente por causa da atuação dela), os outros personagens não cativam. Talvez com a inclusão dos novos personagens e uma mudança na produção executiva o derivado venha a encalhar. Torcemos então por muitos dilemas de sobrevivência e relacionamentos interessantes nas séries que nos levam aos últimos dias da raça humana.

Por fim, deixo aqui uma polêmica:

Na minha opinião não será encontrada uma cura para os mortos vivos e a espécie humana não terá salvação. Qual a sua teoria?

 

Éderson Nunes

@elnunes

2 thoughts on “The Walking Dead | Crítica da 8ª temporada

  • TWD melhorou um pouco nessa temporada, mas tá difícil. Tô achando Fear melhor.

    Resposta
    • Estou dando uma nova chance pra FearTWD, no início me deu ranço do Nick hehehe, espero que com os novos persongens (Maggie Grace <3 ) o roteiro melhore? Qual o melhor momento pra ti até agora?

      Resposta

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