CríticaFilmes

Slender Man: pesadelo sem rosto | Crítica

Se você já era um morador dessa cidade chamada internet há alguns anos atrás, com certeza ouviu falar do Slender Man. Muita gente conheceu a “lenda urbana” através do jogo onde o jogador precisava resgatar folhas de papel em uma floresta, apenas com uma lanterna e fugindo de um ruído estranho que acabava vindo acompanhado de uma criatura assustadora e sem face. Essa foi a apresentação que muitos de nós tivemos do Slender Man, e agora, temos uma tela bem maior para nos assustar! Slender Man: pesadelo sem rosto chega aos cinemas do Brasil inteiro dia 23 de agosto.

No filme somos conduzidos na história seguindo um grupo de quatro adolescentes normais, que querem viver o melhor da vida enquanto ainda estão na escola e todo o modelo comum apresentado em diversos filmes de terror. Katie (Annalise Basso, Capitão Fantástico, 2016), Hallie (Julia Goldani Telles, Bunheads, 2012), Chloe (Jaz Sinclair, Cidades de Papel, 2015) e Wren (Joey King, A barraca do beijo, 2018) decidem se aventurar em uma sexta-feira comum e invocar o Slender Man através de um vídeo em um site mega estranho. Claro que, a partir daí, um monte de coisas estranhas começam a acontecer.

Cadê as famílias dessas meninas?

O longa, dirigido por Sylvain White (Assassinato em 4 atos, 2013) é raso em todos os aspectos. O roteiro é falho, há diversos personagens que não fazem o menor sentido, ou que aparecem e desaparecem. Durante o filme todo fiquei me perguntando “essas crianças não tem mãe e pai? Onde ficam os adultos?”, claro, os pais eventualmente aparecem, mas mesmo assim, não faz sentido. Slender Man: pesadelo sem rosto não busca criar uma base para todas as histórias que já foram criadas e disseminadas na internet, só quer dar alguns sustos com jump scares aqui e ali.

Essa é outra parte importante: o filme em si não dá medo. Claro, os jump scares assustam, mas não é nada como outros terrores que fazem o espectador ficar tenso, preso na tela. A figura do Slender Man também deixa a desejar. Quando a produção usa a animação para mesclar o monstro com as árvores da floresta, é incrível e muito bem feito. Porém, quando o monstro aparece em qualquer outro momento, fica muito parecido com um grande boneco de Olinda, desengonçado e mal animado. Talvez o problema todo com o lançamento de Slender Man: pesadelo sem rosto esteja no timing. Se essa produção tivesse estreado em 2005, quando tudo ao redor do mito estava sendo consumido incansavelmente pela internet, é provável que tudo seria muito melhor aceito, continuando com essa qualidade não tão boa, porque, afinal de contas, não é como se o jogo que popularizou tudo isso tivesse grande qualidade. Era o momento certo para lançar um filme que talvez fosse barato e sem muitas explicações.

O único momento do filme todo que aparece um pouquinho de explicação

O que a produção falha em animação, compensa com jogo de câmera. Nunca tinha visto um filme com tantas câmeras trocando o foco, focando o fundo, focando a frente… O cenário também ajuda, as câmeras são abertas, os espaços são amplos e o jogo de câmera deixa a história quase dinâmica.

Slender Man: pesadelo sem rosto é um terror bem fraco, que não vai te dar pesadelos depois do cinema. Para os apreciadores deste tipo de filme, talvez essa não seja a melhor pedida.

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *