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Sinfonia para Ana mostra uma Argentina histórica no 45º Festival de Cinema de Gramado

Direto do Festival de Cinema de Gramado

Baseado no romance de mesmo nome de Gabi Meik, “Sinfonia para Ana” (2017), é uma produção argentina dirigida pelos argentinos Virna Molina e Ernesto Ardito, com fundo de cena a Argentina do início dos anos 70 e foi exibido na terça-feira, dia 22 de agosto, no 45º Festival de Cinema de Gramado. Falei sobre toda a origem do longa metragem pois, se você conhece bem a história do nosso país hermano, já morou e/ou tem afinidade pela Argentina, com certeza terá os sentimentos aflorados ao assistir o filme.

Ana (Isadora Ardito) é uma adolescente que está descobrindo o mundo, seu corpo, paixões, tudo isso enquanto o país se desmorona vítima do golpe de estado e ditadura militar de 1976. Sua paixão por Lito (Rafael Federman) é sempre colocada em dúvida, assim como tudo ao seu redor não tem definição e parece não ter solução. E, realmente, a atuação dos jovens é ótima, não só Ana, como nós como espectadores, não conseguimos confiar em Lito  e assim como ela ficamos receosos a tomar decisões pois todo o ambiente nos sufoca e nos coloca em dúvida.

Tudo isso muito bem orquestrado pelos diretores que utilizam a edição do filme adicionando filmagens da época, gravações de rádio e incrementando os astros nos ambientes de multidão e manifestações de maneira impecável, não posso esquecer da trilha sonora que colabora muito para imersão no filme.

O desfecho do filme em que Ana terá que optar entre o engajamento político social, sua linda amizade com Isa (Rocio Palacin) e o amor por Lito,  um sentimento de escolha que o destino nos colocaria onde nenhuma das opções é a que gostaríamos de enfrentar.

Uma obra que merece estar entre os vencedores!

Foto: Cleiton Thiele / Pressphoto

Éderson Nunes

@elnunes

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