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Shazam é a sessão da tarde que todos gostam | Crítica

Dúvidas ou medo em encarar mais um filme de super-heróis nas telonas? Não precisa ter. Shazam é um filme de comédia e uma sessão da tarde das melhores que você terá esse ano. O verdadeiro Capitão Marvel, criado por Bill Parker e C. C. Beck e que surgiu na Fawcett Comics, antes de ser da DC (longa história), chegou com tudo em um filme que não deve em nada aos grandes blockbusters com os clássicos personagens que usam collants coloridos. Agora, se você não está de coração aberto para uma comédia, então esse filme não é para você. Assim como vimos em Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Thor: Ragnarok, em Shazam, imperam as cores e o bom humor, com aquela dose certa de drama familiar para impulsionar um herói adolescente, no corpo de um adulto.

O principal ponto a comemorar é que a DC do cinema colocou o trem nos eixos e já passa a se consolidar. Não veremos mais o “sombrio e realista” e a ideia tresloucada de correr atrás da Marvel em colocar na roda um “universo expandido” com mil e umas referências e participações especiais (ainda que elas existam por aqui). Focar nos filmes como produtos individuais, tal qual Mulher-Maravilha e Aquaman, funcionou e fluiu de forma bem mais tranquila e acertada do que a aceleração de processos vistos em Batman Vs. Superman e o próprio Liga da Justiça. Mas isso é passado. Assim como James Wan, o diretor David Sandberg, oriundo do terror, consegue seguir a fórmula do filme do origem, surpreendendo com a vilania do Dr. Silvana (excelente no ator Mark Strong), o apreço do jovem herói Billy Batson (Asher Angel), a presença de Shazam (Zachary Levi) e as carismáticas tramas familiares amparadas pelos irmãos. Entre eles, o nerd Freddy (Jack Dylan Grazer), a fofa Darla (Faithe Herman), Pedro (Jovan Armand), a quase adulta Mary (Grace Fulton) e o oriental viciado em games Eugene (Ian Chen). Todos se entrelaçam de maneira muito fluida, sem forçar a barra em nenhum momento.

Freddy (Jack Dylan Grazer), o diretor David Sandberg e Zachary Levi/Shazam

E o longa começa pelo vilão, colocando Thaddeus Sivana como o primeiro em tela. Depois, adapta a ideia do garoto órfão, mas esperto o suficiente para ter fugido de 23 lares para crianças sem lar durante a vida toda. Após um golpe investigativo contra a própria polícia, o jovem Billy é colocado em meio a uma família que traz representatividade para ninguém botar defeito. É nela que aos poucos Billy vai descobrir o valor da família. Lição que vai lhe fazer crescer em vários sentidos e fechar seu ciclo justamente contra o vilão que desde sua infância o procura – e isso é explicado de forma bem didática no filme – para ganhar seus poderes. Poderes esses que advém do Mago Shazam, interpretado por Djimon Houson, que por ironia do destino, também participou do filme do Capitão Marvel da Marvel, recentemente (é claro que estou falando da Capitã!).

Temos humor, ação, e claro, cenas icônicas

Shazam passa sem você se preocupar com o tempo. São muitos alívios cômicos… ou seria melhor dizer alívios dramáticos? Sim porque a comédia está amparada do início ao fim, já o drama, traz os respiros. Então é melhor inverter os fatores nessa frase. O melhor de tudo é que temos personagens carismáticos, piadas no ponto certo e ação com bons efeitos especiais. Você pode até torcer um pouco o nariz para o uniforme do herói, mas até isso passa, pois também é alvo de piadas. As referências ao mundo DC são todas advindas de Freddy, e é legal ficar atento a alguns easter-eggs. Por exemplo: no refeitório do colégio temos menção à Fawcett Comics, e na mãe de Billy temos um trocadilho com os criadores Bill Parker e C. C. Beck. O resto fica bem escancarado, principalmente quando a brincadeira é saber quais habilidades Billy possui após adquirir os poderes – tudo devidamente documentado no YouTube – ou mesmo tentar batizar o novo herói da Filadélfia. Aliás, se estamos na Filadélfia, temos que ter uma piadela (ou várias) com a escadaria de Rocky, o Lutador. E você vai rir delas também.

Ignore a fantasia do Shazam, o filme vale muito a pena

As grandes surpresas estão realmente no final do filme. É quando temos os desfechos interessantes e aparições de atores que realmente não estávamos esperando. E para lacrar de vez o grande filme do Shazam, temos cenas pós-créditos. Um gancho, e duas piadas. Não saia do cinema até que as luzes da sala se acendam por completo. Um grande acerto, com certeza. Assista com a família.

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Veredito da Vigilia


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