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Segunda temporada de ULTRAMAN tem mais cara de filme e não consegue utilizar seus personagens

Em abril, a Netflix finalmente lançou a segunda temporada do anime ULTRAMAN, adaptação do mangá homônimo, criado por Eiichi Shimizu e Tomohiro Shimoguchi e produzido pela Tsuburaya, em parceria com a Production I.G e Sola Digital Arts.

Depois de um primeiro ano da série, que apresentou três ultras, agora tivemos o dobro de protagonistas (Ultraman, Shin Hayata, Ultraseven, Ultraman Ace, Ultraman Taro e Ultraman Jack) porém, com metade dos episódios. Isso fez com que toda essa gente nova fosse subaproveitada. Um resultado quase que matemático.

Na segunda temporada do anime temos Ultraman, Shin Hayata, Ultraseven, Ultraman Ace, Ultraman Taro e Ultraman Jack como protagonistas
Na segunda temporada do anime temos seis Ultras como protagonistas

Com uma nova ameaça rondando o mundo – mas obviamente escolhendo o Japão como ponto chave para colocar o plano em prática – vemos um grupo de alienígenas que precisa utilizar os seres humanos como fonte de energia, sequestrando assim, boa parte da população terráquea. Prometendo focar esse segundo ano da série em um novo Ultra, o Ultraman Taro, não vemos esse protagonismo ser bem explorado, já que em apenas seis episódios, fica difícil mostrar a sua história, motivações e surgimento dos seus poderes. Ao mesmo tempo, a promessa de seis heróis dividindo a tela não foi bem executada, tendo poucos momentos de equipe (foi mais como duplas mesmo). Tudo isso fez a segunda temporada de ULTRAMAN ter mais cara de filme filler do que uma série com ganchos que nos façam querer assistir ao próximo episódio. 

Ultraman Taro está presente na segunda temporada do anime
Ultraman Taro ganha destaque na segunda temporada do anime

Prova disso são os episódios finais que não passam de embates individuais contra vilões que espelham as habilidades de cada herói (quem usa uma espada enfrenta um adversário com uma lança, quem é tunker, enfrenta o grandalhão dos maus e por aí vai). A tentativa de incluir um grupo paralelo de alienígenas arrependidos, que ajudam os mocinhos no fim, sacrificando-se, não surte efeito e apenas lembramos deles pelo visual e não pelo apelo sentimental.

Alienígenas que começam maus e acabam sendo bonzinhos no final da série

Falando no visual, esse é o ponto forte do anime, que apresenta armaduras detalhadas e belíssimas, além do design dos vilões ser muito bonito também. As transformações, quando os mocinhos vestem os seus trajes, são emocionantes. O fan service também está presente, nos dando alguns respingos de satisfação. Mesmo assim, não compensam o roteiro apressado e um tanto preguiçoso, longe da ótima primeira temporada do anime. 

O visual dos vilões é muito bonito

Com uma terceira e última temporada confirmada para 2023, ULTRAMAN ainda pode se salvar. Basta que seus produtores utilizem melhor esse intervalo entre uma temporada e outra. Contudo, o mangá que serve de base para a série ainda está em publicação no Japão, podendo determinar que teremos um final diferente para o anime. Não sei se isso é bom ou ruim. 

Veredito da Vigilia

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