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Bubble é a Pequena Sereia pós-apocalíptica em formato de anime

Estreou no final de abril, na Netflix, o filme Bubble, anime do estúdio WIT, com direção de Tetsuro Araki (Attack on Titan) e roteiro por Gen Urobuchi (Madoka Magica, Kamen Rider Gaim). O design de personagens ficou a cargo de Takeshi Obata (Death Note) e música por Hiroyuki Sawano (Attack on Titan, Seven Deadly Sins). O longa ainda conta com uma canção do músico Eve, que você conhece da nossa crítica de Adam by Eve

A trama é uma mistura de A Pequena Sereia com cenários pós-apocalípticos e competições de Parkour. A história mostra um mundo atingido por uma misteriosa chuva de bolhas, que mais tarde resultou em uma anomalia gravitacional, que acontece dentro de uma bolha gigante (uma espécie de redoma), criando um cenário alagado e com escombros flutuando. Em Tóquio, quatro grupos disputam uma competição de Parkour, na qual o vencedor garante mantimentos para o próximo mês. 

As competições de Parkour são a principal atividade dos jovens em Bubble

Nosso protagonista é Hibiki, o mais habilidoso do time Chama Azul. Depois de mais uma tentativa frustrada de encontrar a origem de uma misteriosa canção que vem da torre de Tóquio, o rapaz cai em um dos vórtices que funcionam como uma espécie de armadilha. Lá, ele é resgatado por uma bolha (?!) que, ao interagir com o humano, assume uma forma humana também (chamada de Uta) e passa a conviver com os outros membros da equipe de Parkour. 

Hibiki é o nosso habilidoso protagonista

Bubble é visualmente lindo, enchendo os olhos de quem assiste pelo seu colorido, sempre fazendo referências àquelas cores que vemos quando criamos bolhas de sabão. As movimentações dos personagens durante as competições, se aproveitando da tal “anomalia gravitacional”, também são frenéticas e bem animadas. As analogias com a história da Pequena Sereia funcionam, porém, são mais expositivas se compararmos com Belle, outro anime que também utilizou um conto de fadas como inspiração (A Bela e a Fera). 

Uta é a Pequena Sereia do mundo dos animes

Ainda falando sobre diálogos expositivos, o filme é recheado disso, mas talvez o fato de ter um contexto um pouco complexo e sem muita explicação sobre como surgiu a ameaça das bolhas, justifique isso. 

Sobre os temas abordados no anime podemos destacar a autoaceitação e de como devemos ver o lado positivo de uma condição, mesmo que os outros nos olhem com desdém ou façam de tudo para que possamos ser “normais” novamente. Também o altruísmo é colocado, demonstrando que vale a pena se sacrificar por aqueles que nos ensinaram uma outra perspectiva de vida e que toda jornada tem um propósito e um fim. 

Time unido para salvar o mundo

Bubble chama primeiro a atenção pelo visual e por sua ótima animação. Porém, o fato de querer explicar coisas que já entendemos ou colocar de maneira artificial diálogos para instruir o telespectador sobre como funciona aquele mundo, acabam estragando um pouco a experiência. Mesmo assim, não a ponto de diminuir o mérito do filme ser emocionante e cativante. 

Veredito da Vigilia

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