Segunda parte do live-action de Gokushufudou brinca com a metalinguagem

Depois de vermos as mais diversas tarefas domésticas na primeira parte de Um Yakuza Genial: Tatsu Imortal, agora a Netflix nos apresenta a segunda parte desse especial em live-action, que homenageia o mangá e o anime Gokushufudou, também disponível no catálogo do canal de streaming.

Como fazer uma boa massa, uma carne defumada, consertar tudo o que precisa ser reparado ou simplesmente tirar um dia de folga, “tentando” não fazer nada em casa, são algumas das missões que Tatsu, o ex-yakuza, realiza nesses novos cinco episódios. Até aí, nada de diferente do que vimos na primeira parte da série. Mas é aí que somos surpreendidos com uma “coisinha” que estava lá presente desde o início, mas ninguém percebeu.

Quando as produções orientais realizam uma adaptação em live-action, seus idealizadores sempre primam pela fidelização na aparência dos personagens. Aqui, no Ocidente, somos vítimas da estética adaptada, resultando em roupas de couro pretas para quase todos os heróis saídos dos quadrinhos para as telonas. Em Tatsu Imortal, deixamos passar a falta de cicatriz ou o cabelo não penteado para trás e até mesmo a falta do paletó no ator que dá vida ao nosso protagonista, justamente por ele ser o dublador do personagem no anime. É somente nos últimos episódios dessa nova leva de capítulos, que nos damos conta que o ator Kenjiro Tsuda realmente está “atuando”, já que nos é mostrado ele ensaiando as falas do roteiro, lendo o mangá de Gokushufudou e lembrando de compromissos referentes a profissão de dublador.

A metalinguagem utilizada na série demonstra as diferentes formas de se fazer uma homenagem, ao mesmo tempo em que se está adaptando uma obra para uma mídia diferente. No final das contas, Tsuda se dedicou tanto ao personagem, que ao vermos ele em “carne e osso”, não conseguimos distinguir quando começava o ator e quando terminava o personagem.