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Pânico 6 supera seu anterior e mantém a franquia ainda mais viva

Passamos em branco no “comeback” de Pânico em 2022 aqui na Vigília. Mas fizemos a lição de casa e corremos atrás do prejuízo para te (e nos) atualizar sobre Pânico 6, que estreia no Brasil no dia 9 de março. Em rápidas palavras, o filme do ano passado oscila entre bons e maus momentos, utilizando a metalinguagem dos clichês dos filmes de terror de forma bem desenhada nas cenas e diálogos. Mas faz o mais importante, resgata a franquia para catapultar novos filmes com uma nova geração de adolescentes atormentados por um assassino, é claro, novamente usando a icônica máscara de Ghostface. Foi uma espécie de homenagem ao diretor Wes Craven (1939-2015). Funcionou muito bem nas bilheterias.

Feito o preâmbulo. Chegamos em Pânico 6. Novamente com a dupla de diretores e roteiristas Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, agora temos nossas novas protagonistas, as irmãs “Carpenter” – sim, seguimos com as referências gritando na nossa cara – Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega, a nossa Wandinha), em Nova York, longe de Woodsboro. Tentando fugir do passado recente, elas agora estão na faculdade, mas seguem sendo perseguidas pelos “fantasmas”, que, como bem sabemos, são sempre vilões diferentes com personagens que de certa forma se relacionam com os crimes que já foram vistos anteriormente.

Creio que a principal novidade por aqui são as metalinguagens, que estão bem mais acertadas que no filme anterior (o roteiro parece mais esperto e um pouco mais caprichado) e o número de mortes. Tal qual uma “sequência de respeito”, como o próprio filme brinca, tudo precisa ser maior e mais impactante. Não deixa de ser verdade. Vale sempre lembrar que se você gosta do tipo de slasher criado por Pânico, desde sua origem, a chance de você se reencontrar e se conectar com o novo filme é bem grande. 

A icônica Ghostface está de volta, e em várias versões.

Está tudo no lugar, desde o início com mortes impactantes de atores (muito) melhores dos que teremos no restante do filme (cito Tony Revolori e Samara Weaving), facadas letais e, essas mesmas facadas, serem também não-letais (risos), piadas com filmes de terror, frases de efeito, personagens dando bobeira e a reviravolta no final. Pânico segue sendo uma boa comédia slasher com angústias aqui e ali e jumpscares aleatórios.

Personalidade própria

Os mais ávidos pela franquia já sabem: agora não temos a participação da heroína Sidney. Neve Campbell pediu valorização contratual condizente e equiparada com seus pares do sexo masculino, mas não levou. Sua participação (ou justificativa) entram em uma ou duas frases. Quem volta é nossa eterna Monica de Friends, Courtney Cox, como a repórter investigativa (e sensacionalista) Gale Weathers. Os acréscimos são com Hayden Panettiere, a Kirby, de Pânico 4, em uma atuação pra lá de canastrona, Danny, interpretado também de forma bem canastrona por Josh Segarra, o Pug de Mulher-Hulk, Jack Champion (o Spider de Avatar, fiquei em choque ao saber que era o mesmo ator), Delmot Mulroney como o detetive Bailey e Liana Liberato como Quinn. 

Courteney Cox volta como “Gale Weathers” sendo uma das últimas conexões com os originais.

É interessante pensar que, mesmo com toda a fórmula seguida à risca, os diretores e roteiristas conseguiram imprimir um pouco de sua personalidade na franquia. A ideia da herança do manto de Ghostface é uma boa justificativa para as irmãs Carpenter. A dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (de Casamento Sangrento) parece mais solta, e o resultado é sentido. Novamente comparando com Pânico 5, apesar de mais exagerado no número de estocadas, mortes e piadas, o filme parece mais fluido, mesmo com duas horas e três minutos.

O ponto fraco segue sendo a atuação de Melissa Barrera, sempre com o mesmo ar, na alegria e na desgraça, mas que é contrabalanceada com a presença sempre marcante de Jenna Ortega. Pânico 6 segue a onda de resgate de franquias de um passado recente com competência na proposta. E certamente teremos um Pânico 7. Para quem gosta, mais uma oportunidade de “terrir” sem grandes compromissos.

Ah, e tem “mini cena pós-créditos”.

Veredito da Vigilia

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