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Os (poucos) bons momentos da derradeira canção da Fenix Negra

Fã é uma criatura a ser estudada. Ama com veemência tudo o que diz respeito ao seu ídolo/objeto de culto. Ainda mais de X-Men.

Mesmo que os anos e a experiência lhe tirem a credibilidade e a pouca inspiração dos responsáveis por seus personagens, lugares e histórias preferidas.

Mesmo que mudem o total motivo de você gostar de tudo que você leu, viu ou ouviu sobre ele.

Mesmo que os acontecimentos que permeiam a criação da tal obra te levem a perder a esperança.

Mesmo assim o coitado do fã acredita. Mesmo assim quem é fã arranja uma pontinha de desculpa para tentar justificar sua paixão.

É o que acontece aqui, um fã de uma das obras-primas criadas por Stan Lee e Jack Kirby, que vai ao cinema após saber de todos os problemas que a série vem tendo nos últimos anos, vai crendo que algo de bom pode ter na exibição desses pixels na telona.

São esses pequenos momentos que apesar de não querermos ver (link), vimos e elencamos abaixo o que se salva dessa fúnebre conclusão.

  • Cena inicial – Apesar de pouco necessário para a trama, mostrar o passado de Jean Grey não trouxe muito acréscimo ao roteiro, a cena da morte de seus pais logo no início do filme em uma tela gigante IMAX, trouxe um impacto bom para o expectador que espera ótimas cenas de ação/porrada/acidentes/explosão.
  • Ótimos efeitos no espaço – Durante a missão para salvar a nave da Nasa na órbita da Terra, novamente graças a tela IMAX, trouxe um espetáculo lindo aos olhos de quem conhece a saga da Fênix Negra, e deixou um gostinho de que poderia vir coisa boa no decorrer do filme.
  • Se em alguns momentos os efeitos salvam, em outros a falta deles também salva, gostei (pouco) da direção de Simon Kinberg, que em momentos mais intimistas trouxe cameras fechadas na expressão dos atores, que mostram que realmente se importam com os personagens (nem todos) e entregam atuações competentes. Como entusiasta da empatia, Kinberg me mostrou que realmente estava criando algo com sua assinatura quando no início do filme conversou com os críticos na sessão exclusiva de imprensa do que viria na sequência, também nas entrevistas e na World Premiere em Los Angeles pela Marvel. Ou fui bem enganado.
  • Bom foi ver também Magneto (o incrível Michael Fassbender) em sua pequena morada em Genosha, tentando superar as mesquinhices da humanidade. Um ótimo recurso também para pouco orçamento. A cena dele contra a Fênix me trouxe tensão e mesmo usando muito do recurso “helicópteros” durante o filme, por alguns segundos achei que teríamos uma chacina militar.
  • Me perdoem os fãs de Hale Berry (e eu me incluo neles), mas temos uma Ororo Muroe/Tempestade com seus poderes nunca antes tão bem explorados com Alexandra Shipp, uma pena que tarde demais, mesmo assim a cena da luta final dos mutantes Ororo brilhou.
  • Essa luta final também me pareceu um dos melhores momentos da série de filmes em que a equipe trabalhou em conjunto, inclusive penso que o Ciclope/Scott Summers (Tye Sheridan) nunca disparou tanto suas rajadas óticas em todos como nesse.
  • Gostei do Noturno/Kurt Wagner (Kodi Smit-McPhee), os trejeitos do ator (e interpretação claro) fizeram dele um mutante bacana, mas assim como a Tempestade pouco aproveitado.
  • O desfecho de Mística/Raven (Jennifer Lawrence) me agradou e também como tiraram Mercúrio/Peter Maximoff (Evan Peters) de cena (novamente para poupar nos efeitos e na soluções de roteiro) ajudou a história a se desenrolar de alguns problemas.
  • Ah o fan-service com a Cristal (Halston Sage) foi bem legal.

Enfim, x-fãs voltamos a um panorama parecido que estávamos antes do ano 2000, quando não sabíamos o que viria pela frente com nossos mutantes preferidos, mas agora ao menos sabemos o que queremos e o que não queremos, e a experiência com esses 19 anos de filmes mutantes digo que a Marvel/Disney terá que se puxar para criar algo que não caia na mesmice como o que o universo mutante que a Fox nos trouxe, e que com os melhores e piores momentos, melhor ter visto tudo isso e se emocionado e às vezes se decepcionado do que nunca ver nada disso. Obrigado a todos pela experiência.


Éderson Nunes

@elnunes

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