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Operação Red Sparrow: intrigas, reviravoltas e crueza | Crítica

Jennifer Lawrence e Francis Lawrence refazem a parceria de Jogos Vorazes: Em Chamas e Jogos Vorazes: A Esperança em Operação Red Sparrow (Red Sparrow), que estreia no Brasil dia 1º de março. No entanto, não espere uma história de aventura teen em um futuro distópico. Pelo contrário, Operação Red Sparrow é um thriller de suspense, mistério, reviravoltas, violência e um certo apelo sexual. Não por acaso ganhou censura 18 anos. Ah, e antes que você busque no Google, atriz e diretor não são parentes.

Operação Red Sparrow remete a um clima de espionagem estilo Guerra Fria, envolvendo a Rússia e os Estados Unidos. Jennifer Lawrence é Dominika, uma bailarina do Bolshoi que vai entrar numa espiral dramática após quebrar a perna e ter que abandonar a profissão. Desde aqui já sentimos a crueza do longa. A cena em que ela quebra a tíbia é cruel, e veremos ainda mais cenas fortes como essa com direito a sangue e torturas, muitas torturas. O fato é que se Jennifer Lawrence ganha seu salário mediante a cenas em que ela apanha, ela com certeza hoje é a atriz mais rica do mundo. Principalmente após Operação Red Sparrow e Mãe! (de Darren Aronofsky). Ela segura o tranco mesmo nas piores condições.

Jennifer Lawrence mostra que é capaz de apanhar (de novo) em Operação Red Sparrow

Ao ser praticamente obrigada pelo tio mafioso a incorporar uma escola para espiãs russas, daquelas que precisam aprender a seduzir para fazer o jogo duplo das formas mais despudoradas já imaginadas, Dominika se torna uma Sparrow após servir de isca em um tenebroso assassinato. Na escola, mais momentos com censura 18 anos e mais crueza. O que sobra de crueza em cenas com violência e sexo, falta em costura de roteiro. O diretor Francis Lawrence busca uma trama cheia de reviravoltas e dá pequenas pistas ao longo do desenvolvimento (longo desenvolvimento, o filme tem 2 horas e 20 minutos, por vezes bem arrastado), mas acaba pecando pelo excesso. Por vezes é possível que você se pergunte o porquê de tudo aquilo estar acontecendo. É que Operação Red Sparrow não deixa claro seu objetivo principal e ainda dissipa a trama em diferentes arcos e personagens. São muitas lacunas abertas e abruptamente fechadas. Falta foco, e o carretel enrola tanto que é importante lembrar que no meio dessa trama de espiões temos ainda Joel Edgerton (Bright) como Nate Nash, agente norte-americano que trabalha com um informante na política russa, e Jeremy Irons como o general Kerchnoi.

J. Lawrence e Joel Edgerton em uma trama cheia de reviravoltas

Outro aspecto importante de ressaltar é que não temos nessa produção nada parecido com Atômica ou o heroísmo de uma Viúva Negra. O treinamento das Sparrows se torna apressado, mesmo em um filme de duas horas (imagina se não fosse). E Jennifer Lawrence não vai aprender a lutar ou subjugar inimigos com a força física, então, nada de coreografias. Tudo é muito mais denso e muito mais lento do que o de um filme de ação propriamente dito. Então, se você espera ver cinemão em função dos nomes envolvidos, você pode ter uma quebra de expectativas bem grande.

O fato é que Operação Red Sparrow consegue cativar em função da curiosidade. Mas fica por aí. Mesmo com um nó na cabeça, você vai ficar preso na cadeira esperando saber o desfecho de tudo. E por incrível que pareça, não haverá obviedades. O problema é que ao sair da sessão a sensação que fica é de que faltou alguma coisa… ou teria sobrado muita coisa? É, talvez a segunda opção seja a mais correta. Se haverá continuação, só a bilheteria poderá dizer.

Veredito da Vigilia

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