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O que esperar do remake de Cavaleiros do Zodíaco na Netflix

No dia 19 de julho estreia mundialmente o remake em Computação Gráfica de Cavaleiros do Zodíaco, desenvolvido pela Toei Animation em parceria com a Netflix. Alguns veículos de imprensa já tiveram acesso aos seis primeiros episódios, revelando várias mudanças em relação a história original. Baseado nisso, a Vigília Nerd reuniu uma série de informações que nos ajudam a entender e saber o que esperar dessa nova versão dos Cavaleiros de Atena.

Início da história

Foi divulgado que a história começa estabelecendo a chave para a separação de Seiya e sua irmã Seika, que também consegue queimar o seu cosmo. Como sabemos, o cavaleiro de Pégaso acredita que Marin é sua verdadeira irmã, mas na Saga Hades o mistério é solucionado. Pelo fato de utilizar o cosmo nessa nova versão, provavelmente a Toei resolveu fazer Marin ser a irmã de Seiya.

Pela jeito, Seiya não arrancará a orelha de Cassios nesta versão

Pandora Box?

Assim como em A Lenda do Santuário, agora as armaduras surgem através das plaquinhas, e as urnas (Pandora Box) são apenas decorativas e desnecessárias. Saint Seiya Omega também tentou essa história de abandonar as caixas nas costas, mas acabou mudando totalmente na segunda temporada. Ali já foi visto que as armaduras passaram por uma espécie de transformação (quase um morfing time), o que não foi bem aceito. Talvez eles tenham deixado as duas opções nesse novo anime para uma eventual mudança de ideia.

Até Saint Seiya Omega se rendeu às pandoras box

Armaduras

O layout das armaduras foi baseado na terceira versão que os cavaleiros de bronze utilizaram (apenas) na Saga de Hades. Um detalhe – que pode incomodar visualmente – são os elmos (parecidos com os da segunda versão) estarem no peitoral da maioria das armaduras. É como se as armaduras fossem uma espécie de “Transformers”, que se dobra de um jeito mecânico, ao invés de se separar e cobrir o corpo do cavaleiro. A dúvida que fica é a se eles irão trocar de armadura a cada temporada como acontecia no enredo tradicional.

Guerra Galáctica

Uma surpresa anunciada foi que a Guerra Galáctica será desenvolvida clandestinamente, sem público e da maneira menos “épica” possível. Todo grande anime tem seu grande torneio, e com Cavaleiros do Zodíaco não foi diferente. Seiya só aceita participar da Guerra Galáctica em troca da fundação de Saori de Kido não medir esforços para encontrar a sua irmã, Seika. Tanto no anime quanto no mangá, Mino, o eterno crush do Pégaso, também o incentiva dizendo que a visibilidade da competição o ajudará na busca pela irmã. Claro que um remake sempre terá alterações, mas essa não parecia viável, pois esse trecho da história serve para conhecermos as técnicas e personalidades dos personagens. Talvez aqui seja somente para a entrada de Ikki, quando este rouba a armadura de ouro de Sagitário.

Será que os cavaleiros de bronze estão espantados com a entrada triunfal de Ikki?

Adoção dos cavaleiros de Bronze

Outra alteração na trama é a de que os futuros Cavaleiros de Bronze não foram adotados pela mesma organização. Com isso, teremos mudança nas histórias de infância dos personagens. Originalmente, os meninos foram adotados pelo avô de Saori, Mitsumasa Kido, para serem enviados aos mais distantes lugares da Terra para se tornarem cavaleiros. Agora, possivelmente não teremos uma relação antiga entre eles (exceto Shaun e Ikki), e novas motivações para terem se tornado guerreiros de bronze.

Atena

Na produção da Netflix veremos que Atena sempre se reconhece como tal, e Saori (que se chamará Sienna) nunca é uma garota mimada. Esse último fato comprova a teoria que não veremos a infância dos cavaleiros de Bronze, quando a senhorita Kido os humilhava (principalmente Jabu). Outra informação importante é de que não teremos a revelação de que Saori é a reencarnação de Atena, uma vez que ela já sabe disso desde o início da nova trama. Até mesmo no filme de 2014 (A Lenda do Santuário) o anúncio dessa importante notícia é feito por Tatsumi, que avisa dentro do carro em um momento (ou seja, nada de especial). Isso quer dizer que na série da Netflix os cavaleiros de bronze já saberão da sua missão, de novo aproveitando uma ideia do longa em computação gráfica. No anime e muito mais no mangá, existe uma resistência de Seiya e dos demais em obedecer Saori, e que vai se esvaindo aos poucos até a tal revelação durante a saga dos cavaleiros de Prata.

Sienna (Saori) já começará a série sabendo que é a reencarnação de Atena

Profecia

No meio do anime existe uma profecia que divide o Santuário: Atena teria relação direta com o fim da humanidade. Provavelmente isso será utilizado como justificativa do Santuário para atacar Saori, iniciando as batalhas contra os enviados do Grande Mestre.

Mitsumasa Kido e o novo antagonista

Diferente do que vimos na história original, Mitsumasa Kido não será o único que irá encontrar o bebê Saori  nos braços de Aiolos, o Cavaleiro de Sagitário. Ao lado dele veremos o seu parceiro (ou sócio), que se torna um antagonista e usa sua própria força militar para atacar os cavaleiros e evitar a profecia. Isso explicaria os tanques vistos no trailer. Talvez tenha sido uma tentativa de tornar o anime mais atual.

Cavaleiros Negros

Os Cavaleiros Negros não são meras réplicas dos Cavaleiros de Bronze. Eles utilizam armaduras tecnológicas que os protegem dos ataques dos inimigos. Isso deverá ser similar a mecânica utilizada nas armaduras dos cavaleiros de aço, ou até mesmo um gancho para a aparição deles durante a fase dos cavaleiros de Prata. Com isso talvez tenhamos omitida a explicação dos Cavaleiros Negros, como por exemplo, que suas armaduras são idênticas às já existentes pois foram protótipos feitas pelos alquimistas do mesmo continente de Mu de Áries. Informações como essa, que só foram divulgadas em materiais especiais pelo próprio criador da série Masami Kurumada após o término do anime e mangá, poderiam ser exploradas nessa nova versão dos Cavaleiros do Zodíaco.

Outra informação que não se pode deixar passar é que Cássios aparece nos trailers com uma espécie de armadura negra. Talvez queiram aproveitar ainda mais a sua rivalidade com Seiya, prolongando a sua participação.

Ikki e seus cavaleiros negros tecnológicos

Flashbacks

De acordo com o relato da imprensa especializada, a série se desenvolve em forma de flashbacks, enxugando a história original. O grande problema de A Lenda do Santuário foi querer adaptar mais de 70 episódios em 90 minutos. Agora teremos seis horas no total (12 episódios de 30 minutos), abordando metade do que o filme se propôs a fazer. Esse “tempo” a mais de tela pode pesar a favor, porém, tudo indica que teremos cenas mais objetivas e combates menos demorados.

Animação

O que deixou o pessoal que já assistiu decepcionado foi a animação como um todo. Principalmente em situações de luz do dia. Outro fator que incomodou bastante foram as batalhas, que geralmente acontecem sem técnicas e ataques especiais, dando a sensação que são apenas luzes disparadas dos punhos. No anime e principalmente no mangá, os nomes dos golpes eram exaltados, deixando muitas vezes uma página inteira com a arte da técnica disparada por aquele cavaleiro, quase como se fosse um pôster.

Primeiros capítulos

Do mesmo jeito que nas obras que inspiraram esse remake, o primeiro capítulo é focado na origem do Seiya. Porém, também serão mostrados os “problemas” enfrentados por Mitsumasa Kido assim que encontra o bebê Atena. Nos capítulos seguintes vemos o desenrolar da história de Ikki. Como sabemos, o cavaleiro de Fênix é o primeiro antagonista da série, mas não sabemos se ele irá se aliar aos outros cavaleiros de bronze no mesmo momento em que vimos nas outras versões de Cavaleiros do Zodíaco. Esse ponto de virada pode ser mudado, deixando Ikki menos “mau”, uma vez que está nítido que a produção da Netflix é voltada para um público mais jovem. Momentos como as alucinações do Golpe Fantasma de Fênix, a luta entre Ikki e Hyoga, com direito ao peito do Cisne perfurado pelo punho do Fênix e o treinamento na Ilha da Rainha da Morte, que culminou na morte de Esmeralda, deverão ser excluídos.

O cavaleiro de Fênix será tão cruel como era no anime?

Falta de conexão entre os personagens

Um fato que chamou a atenção daquela que assistiram a primeira parte do novo anime foi a falta de conexão entre os personagens, ficando mais evidente isso em Hyoga e Shiryu. Como agora eles não são “irmãos adotados” pela fundação de Mitsumasa Kido, a infância dos aspirantes a cavaleiros de bronze pode não estar presente, explicando uma possível desunião dos protagonistas. No mangá, por exemplo, descobrimos que todos são meio irmãos, já que o velho Kido engravidou várias mulheres e utilizou essas crianças para o seu sonho de formar os cavaleiros (que cara bacana, não mesmo? #ironia). Na produção Netflix, as origens dos guerreiros de bronze deverão ser bem individuais, com o encontro deles provavelmente sendo pela primeira vez na Guerra Galáctica.

Shaun

Por mais que inúmeras mudanças tenha ficado evidentes no primeiro trailer divulgado, nenhuma chamou mais a atenção do público do que a de Shun de Andrômeda ser agora uma mulher (Shaun). Até aí nenhum problema, se não fosse pela mitologia estabelecida pelo criador Masami Kurumada enfatizar que todas as Amazonas (mulheres cavaleiro) necessitarem usar máscaras, e que se alguém as visse sem o artefato só restariam duas opções: matá-lo ou amá-lo (vide Shina). Em nenhuma imagem vemos Shaun usando tal adereço.

Shaun: a versão feminina de Shun

Outra situação que pode gerar comentários é o fato de que Ikki sempre foi uma espécie de Deus Ex-Machina para Shun, salvando-o diversas vezes, se tornando um verdadeiro clichê da franquia (tais como Shiryu sem camisa ou cego, Seiya trajando a armadura de Sagitário, entre outros…). Agora uma mulher ser salva por um homem em todos os momentos pode gerar um movimento contrário à produção, indo de encontro ao atual momento de empoderamento feminino. Nas imagens divulgadas até agora, Shaun sempre parece mais assustada ou indefesa do que os demais.

Por fim, o lado delicado de Shun desmistificava a figura do cavaleiro machão, contrastando com seu irmão Ikki. Essa parece ser mais uma ideia aproveitada do filme A Lenda do Santuário (Milo de Escorpião também mudou de sexo para o longa), porém a repercussão foi menor, já que não tínhamos todo esse contexto citado acima.

Shaun parece menos preparada para o combate que seus companheiros

Essas teorias podem se confirmar (ou não), mas pelo que já foi visto, várias ideias que surgiram no filme de 2014 estarão presentes no anime. Se fosse para adaptar novamente a mesma história, poderiam fazer como Fullmetal Alchemist fez com Brotherhood, aproveitando fielmente o enredo do mangá, tirando todos os fillers da primeira versão. Ou melhor ainda: que adaptassem Next Dimension, mangá mais recente de Masami Kurumada sobre Cavaleiros do Zodíaco, que o mangaká inventou após não aprovar o filme Prólogo do Céu. Só nos resta esperar e ver se realmente foi a decisão certa ao retomar com uma franquia tão querida pelos fãs há mais de 30 anos.

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