CríticaSéries

Mindhunter: segunda temporada é ainda maior e melhor | Crítica

Holden Ford e Bill Tench retornaram para mais um ano de Mindhunter. Se no primeiro ano tivemos uma sequência de entrevistas para determinar o que seriam e como seriam chamados os Serial Killers, ou assassinos em série, este ano a equipe se ampliou e entrou em campo.

Bill protagoniza essa temporada

Muito menos focado nos dilemas de Ford, a série dirigida por David Fincher cresce nesse sentido. Desta vez, Ford (Jonathan Groff) ficou de lado, virou um coadjuvante de luxo. Quem cresceu foi Bill (Holt McCallany) com sua história familiar que foi envolvente até o último capítulo e deixou um grande ponto de interrogação e a clara deixa para uma terceira temporada. A doutora Wendy Carr (Anna Torv) continuou aparecendo – cada vez um pouquinho mais – e crescendo, na sua vida pessoal e no trabalho de campo.

A Ciência Comportamental foi até pro campo

A partir destes três protagonistas, temos uma grande dicotomia. Afinal, enquanto o mundo pessoal deles desaba, no trabalho, eles fazem avanços importantes. Bill, por exemplo, não consegue arrancar uma palavra do filho, mas faz criminosos importantes contarem seus métodos para matar.

Falando em “campo”, desta vez, a unidade de Ciência Comportamental foi às ruas, na verdade, à Atlanta, para auxiliar em um caso que a polícia tinha tomado decisões precipitadas. Assim, começamos a ver as diferenças e divergências que existem entre a polícia comum dos estados e o F.B.I. A primeira temporada foi focada nas entrevistas, mas nesta segunda tivemos menos entrevistas, crescimento da equipe e participação em um caso, que parecem dar um tom para o que vem por aí nas próximas.

Holden foi afetado pelo caso Atlanta

É aí que vemos Holden usar seus métodos e suas convicções para buscar o criminoso. Mas, algumas vezes, o policial que parecia tão correto na primeira temporada, nos deixa uma grande dúvida nessa segunda. As questões sociais também vêm a tona nessa temporada, deixando Holden ainda mais culpado.

Quem ganhou um espaço interessante foi o homem misterioso, que aparece na abertura e agora ganha mais inserções. E, o caso dele está pronto para ser desvendado no futuro.

Charles Manson (Damon Herriman, o mesmo Manson de Era uma vez em… Hollywood) a grande expectativa desta temporada, ganhou o destaque que merecia. Afinal, como foi feito em muitos lugares anteriormente, a mente por trás da seita que ele chamava de família não foi supervalorizado ou glamourizado. Foi retratado como um criminoso como deve ser e como todos são nesta série. Mas ele deve voltar em um próximo ano.

A grande expectativa da temporada

Os cenários, a fotografia, a trilha sonora e a ambientação de época continuam tão bons quanto na primeira temporada. É notável que existe uma preocupação em deixar todo o ambiente criado para os anos 1970. Inclusive, algumas vezes, parece que estamos assistindo um filme desta época, se não fosse pela qualidade de imagem. Os cigarros de Bill, ambientes em tons terrosos, luzes amareladas, tudo isso cria um cenário perfeito para a série, que cresce em cada episódio.

A primeira temporada contou com um fator surpresa, afinal, quem não leu os livros de John Douglas, não sabia o que poderia encontrar. Mas, nesta temporada, foi criado um envolvimento ainda maior com os personagens e com as histórias, envolvendo o espectador. Mindhunter chegou em uma segunda temporada ainda maior, ainda mais completa e mais envolvente. A série tem um gostinho de quero mais e promete muito. Afinal, agora, queremos ver Holden, Bill e companhia em campo, resolvendo crimes.

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *