Séries

Masterchef Profissionais | Estreia com muito mais conteúdo, exigência e erros

A nova edição do Masterchef Profissionais começou na terça-feira, dia 5 de setembro, com fortes emoções. O primeiro episódio reservou um cardápio muito mais rico do que a recém encerrada temporada dos amadores (talvez a pior desde o início do reality show). Foram três provas numa mesma noite, três eliminações, tretas, egos e erros pra lá de surpreendentes. E é isso que o programa precisa.

Para começar, tivemos um sorteio onde integrantes bateram em esferas de chocolate. Dentro de cada uma delas tinham duas opções: habilidade ou reinvenção. Metade dos candidatos ficou com a reinvenção e a outra metade, com a habilidade. Outro nível. Os cozinheiros, muitos deles responsáveis pelas clássicas “estrelas Michelin” de seus restaurantes, já foram colocados à prova. Por sua vez, os jurados Fogaça, Jacquin e Paola estavam com o nível de exigência pra lá de elevado.

A primeira prova desse Masterchef profissionais foi de reinvenção, ou seja, reutilizar uma receita clássica e transformá-la em algo diferente, mas não menos atrativa. Mas, para começar a fomentar a treta, quatro pratos de comida brasileira foram postos na roda para serem sorteados. A faca premiada foi a feijoada. Em uma hora e quinze, os chefs precisam cozinhar uma releitura desse prato típico tupiniquim e seus acompanhamentos.

No primeiro grupo sorteado tivemos até arroz negro no lugar de feijão, caipirinha com pimenta dedo de moça e algumas trocas cheias de personalidade. Pablo, que já trabalhou com Jacquin, foi advertido pelo jurado: “Já te dei broncas. Aqui não será diferente”. Ravi, um rapaz com estilo mais solto (e que fala bastante) começou atrapalhado. Ele cozinha o tempo todo sem acionar uma trava da panela de pressão, ou seja, 40 minutos perdidos. Quando Paola pergunta a ele o que ele vai cozinhar ele responde “feijoada”. Bem chato.

Outro profissional, Pedro, recebe vários elogios por parte de alguns competidores. “Esse cara é muito bom”. Mas o que vemos é o contrário. O jovem cozinheiro comete um erro que só vimos igual nas temporadas amadoras. Ele colocou AÇÚCAR ao invés de sal na comida. Não deu outra, Pedro foi o primeiro eliminado da temporada. “Não foi um aprendizado, foi uma derrota. Em 80% da prova usei açúcar ao invés de sal”. O destaque da prova foi Angélica (que já virou a Maria Gadú da temporada, pela semelhança com a cantora), chef referência em cozinha molecular no Brasil, que surpreendeu os jurados. Já larga como uma das favoritas para esse jogo.

Na segunda prova, desceram do teto do estúdio vários leitõezinhos cortados ao meio. E a prova de habilidade envolvia cozinhar um porquinho. Clécio, o mineiro fã do Fogaça que adora contar histórias, passa trabalho para ligar o forno, mexe na programação e quem ajuda ele é Francisco, um chef que está a frente de um restaurante com estrela Michelin, e que está no mezanino. Guilherme entrega um prato com um porco meio cru e a Paola sentencia: “parece um sashimi”. Lubyanka (o nome é esse mesmo), que já nos causou úlceras por misturar inglês em mais da metade do tempo que fala, resolver fazer um mac and cheese com o porco, com um acréscimo de barbecue de goiaba. Uma coisa bem esquisita. A cozinheira já virou meme com a frase “O sky é o limite”.

Paola provou o prato da Monique e sentenciou “lembra Natal”. Que bela referência. Mirna, que acabou de sair do Maní, o restaurante da Fernanda Lima e de Pedro Paulo Diniz, que conta ainda com a chef gaúcha Helena Rizzo, que já foi considerada a melhor do mundo, fez o melhor prato dessa prova. Já o participante Ednei teve a derrota do dia. Ele fez tudo pela metade e, na hora de empratar, esqueceu de colocar uma das carnes (só o pernil, coisa pouca). Terminou sua avaliação com um “Vacilou” do Fogaça. Mas ele foi honesto, admitiu o erro e assimilou bem a derrota.

A última prova do dia foi uma prova de serviço. Lubyanka, Ravi, Guilherme e Bárbara (que estavam entre os piores das provas anteriores) disputam uma nova eliminação. Eles serviram um menu feito por Jacquin para uma série de convidados. Todos os três chefs estão anotando as informações dadas na aula de Jacquin, menos Ravi, que parece desinteressado. Bárbara trabalhou com um dos chefs mais famosos do showbiz, Gordon Ramsey. Ela foi para a eliminação por servir um prato todo pomposo, mas que não tinha quase nada de conteúdo.

Francisco (no mezanino), pela sua experiência, já está quase liderando os candidatos da prova de eliminação. Tanto que o Jacquin pergunta se alguém quer ajudar (sendo irônico) e Francisco desce correndo a escada, mas sobe quase no dobro da velocidade. “Achei que era de verdade”.

No final, a cozinha está num misto total de desespero e caos. Guilherme vai ajudar a selar as carnes e joga quase todo molho de Foie gras na pia. Alertado pelo mezanino, ele para. Até os pratos começam a voltar do restaurante. Inclusive filés que foram servidos totalmente crus e sem sal. Para ajudar, Guilherme calcula mal e precisa fazer mais raviolis durante a prova. Porém, apesar dos desencontros e das trapalhadas, no salão, eles recebem elogios.

Dos quatro participantes, Bárbara foi eliminada pela falta de tempero. Ela, que chamou o desafio para si, não conseguiu cumprir o básico que prometeu e deixou muito a desejar. Mas conseguiu sair de portas abertas, no restaurante do Jacquin.

Basicamente o primeiro episódio foi um alento para o programa. Com certeza teremos atrativos renovados depois de uma das piores temporadas do Masterchef (amadores). Os profissionais têm egos mais inflados (alguns deles são até melhores que os jurados) o que nos leva a um programa com muito mais ~TÃMPERO~, como diz Jacquin. E claro, a treta com os jurados se eleva nessa proporção.

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