CríticaFestival de Cinema

João, o Maestro abre o 45º Festival de Cinema de Gramado emocionando o público

Direto do Festival de Cinema de Gramado

Para iniciar o 45º Festival de Cinema de Gramado, foi escolhido um filme que encheu os olhos dos espectadores de água quando os créditos finais subiram e as luzes acenderam. João, o Maestro, o longa inédito exibido como boas-vindas, conta a história verídica do pianista e maestro João Carlos Martins, figura que, inclusive, esteve presente no evento, e foi convidado a subir ao palco minutos antes da estreia da obra.

Uma paixão obsessiva pela música, um talento surpreendente, a primeira vez em um bordel, um abandono de sua vida pessoal. O início, a ascensão e a queda. A desistência. A volta aos palcos. As incontáveis derrotas e satisfatórias vitórias. Por tudo isso João (em sua versão jovem vivida por Rodrigo Pandolfo e adulta por Alexandre Nero) passa e, a cada cena, torcemos e, ao mesmo tempo, desprezamos esse mocinho, que por vezes, foi vilão dele mesmo.

Nas telas, pudemos ver um pianista obstinado, que vai até o seu limite para fazer o que mais ama: tocar. Independente se isso signifique dar o sangue (literalmente) ou negligenciar a família que ele mesmo construiu. A primeira esposa do maestro o abandona e a segunda, Carmen (vivida pela belíssima Alinne Moraes), recebe João numa fase em que o músico está mais adulto, maduro e um pouco menos egoísta. É um alento para quem torceu por uma versão melhor do músico.

Ambientado nos anos 60, o filme surpreende nas alocações e no figurino, nos remetendo às grandes produções (que lembram muito as novelas Globais). A direção, de Mauro Lima, e a montagem do filme são pontos altos da produção, trazendo tomadas que conseguem navegar pelo passado e presente de uma forma leve, contínua e dinâmica.

No geral, João, o Maestro surpreende e, mais do que isso, emociona muito. Prepare seu lencinho e assista esse filme. Temos certeza de que você não irá se arrepender.

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