CríticaFestival de Cinema

Luto, nostalgia e família no argentino Pinamar

Direto do Festival de Cinema

Para finalizar a mostra competitiva de Longas Estrangeiros, na sexta-feira, dia 25 de agosto, assistimos ao argentino Pinamar, que, como todo bom filme argentino, trata da vida com drama, melancolia e exageros. Dirigido por Federico Godfrid, o filme conta a história de dois irmãos, Pablo (Juan Grandinetti) e Miguel (Agustin Padella), que vão para Pinamar para jogar as cinzas da mãe e vender o apartamento.

Chegando lá, reencontram Laura (Violeta Palukas), uma amiga de infância, que reacende no coração dos dois meninos um sentimento nostálgico. Pinamar é uma cidade costeira, e o filme se passa todo em baixa temporada. Asssitindo, somos remetidos aos nossos veraneios de infância, ou quando visitamos a casa de praia fora de época. Essa nostalgia coloca em cena, sai da tela e nos arrebata.

Vender o apartamento virou uma missão quase impossível, afinal, os dois jovens precisaram lidar com todo esse sentimento de volta ao passado e ruptura de origens. Apesar de Laura aflorar um sentimento de paixão nos dois irmãos, esse não é um filme sobre relacionamento amoroso, longe disso. É um filme sobre família, sobre luto e sobre nossa relação, profunda, com as nossas raízes. Diversas vezes, assistindo o filme, nos pegamos lembrando de situações similares de angústia, que principalmente Pablo, está passando.

Somos fãs declarados do cinema argentino, gostamos desse drama e dessa melancolia para retratar o cotidiano. O filme é tão simples e tão cotidiano que talvez peque nisso: o final já era imaginado por nós. Talvez, com um desfecho diferente, nós fossemos surpreendidos e a mensagem do filme teria sido outra totalmente diferente.

Apesar dessa simplicidade de roteiro, a atuação de Juan Grandinetti (filho de Dario Grandinetti) e a fotografia do filme não poderiam não serem mencionadas aqui pela Vigília. Juan faz um Pablo que convence, um jovem que traz consigo toda a sua carga e emociona. E a fotografia arremata, dando cores, cortes e  veracidade ao filme.

No geral, Pinamar é um filme que nos remete a sentimentos totalmente ligados à família. E, apesar de ser muito previsível, é cumpre sua função.

Foto: Diego Vara / Pressphoto

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