Looney Tunes: O Dia que a Terra Explodiu é divertido – e só isso mesmo
Um clássico que arrecada fãs de diversas gerações, a turma dos Looney Tunes, retorna aos holofotes com um novo longa-metragem, “O Dia que a Terra Explodiu”.
Protagonizado por Patolino e Gaguinho, a história é centrada nos dois, que cresceram como irmãos e que precisam seguir com a vida e com os cuidados com a casa após o falecimento do “Fazendeiro”, sua figura paterna. É um refresco para o que vimos tantas vezes, quando Patolino passava menosprezando Gaguinho – agora dando lugar a uma amizade fraternal e super fofa.
O formato tradicional da franquia Looney Tunes segue presente, com muitas cores, explosões e muita zoeira. A saga dos dois amigos buscando emprego e falhando miseravelmente foi um ponto divertido do filme – e também um tanto relacionável com os tempos atuais.
A porquinha Petúnia, que já teve diversas aparições desde o final da década de 1930, também é um dos destaques do longa. Além de acelerar o coração de Gaguinho, ela é peça-chave na trama do chiclete usado como ferramenta de dominação mundial e é quem faz algumas das melhores piadas e tiradas dos 91 minutos de filme. Esse é outro acerto, aliás, o de se entender como uma produção infantil sem grandes pretensões em um tempo razoável para manter as crianças nas cadeiras.
Looney Tunes: O Dia que a Terra Explodiu é uma animação com toda a identidade visual da Warner Bros. Visualmente relembra outras produções de Scooby-Doo e Batman em suas versões 2D, mas sem perder os elementos e traços principais dos personagens queridos desde a década de 1930. Diferente do que já vemos nos bastidores do novo filme de Shrek, que revela alterações consideráveis no visual dos personagens.
Com isso, vale destacar que, diferente da saga Shrek, que são animações “infantis”, mas com todo o apelo de serem filmes para toda a família e que costumam agradar muito os adultos, O Dia que a Terra Explodiu não chega a tanto.
O filme segue replicando o formato intenso, colorido e divertido e outras produções da franquia, mas sem ganhar espaço em um hall mais seleto como “Space Jam” (o original) alcançou. Uma oportunidade perdida? Provavelmente. Em tempos em que até “Bluey” (que, inclusive, entrou para a nossa lista de Melhores Séries de 2024), série animada focada especificamente em crianças de idade pré-escolar, consegue cativar, envolver e emocionar os pais, um longa-metragem de uma grande marca como essa parece perder uma chance de deixar a sua marca.
Apesar disso, os sorrisos são garantidos. Patolino é completamente desastrado e caótico e a dublagem brasileira, como de costume, se destaca. Xingar alguém de “bocó” e chamar o porquinho de “little gago” são alguns exemplos da excelente adaptação nacional do texto do filme.
Looney Tunes: O Dia que a Terra Explodiu chega ao terceiro ato com uma reviravolta inesperada e divertida. Infelizmente, a produção perde o tom em diversos momentos antes disso: tem dificuldade para envolver o telespectador e não sustenta um nível de piadas e sátiras digno da turma do Pernalonga (que não faz nenhuma aparição aqui).
Para a criançada se divertir, vale o play quando o longa chegar no streaming. Já os fãs mais maduros podem deixar essa passar ou conferir sem grandes expectativas.