Longa “Geni e o Zepelim” passa por polêmicas e alterações no elenco
Filme baseado na música de Chico Buarque, popularmente conhecida conhecida como “Geni”, que está em fase de pré-produção, passou por diversas polêmicas na última semana e teve os seus rumos alterados.
Após a novidade de que Thainá Duarte e Seu Jorge seriam os protagonistas do longa, a ser dirigido por Anna Muylaert, o público se pronunciou na internet, questionando a escolha de uma atriz cisgênero para viver o papel. A canção “Geni e o Zepelim” faz parte do musical “Ópera do Malandro”, de 1978. Não há especificação do gênero da personagem na letra da música, mas na peça, Geni é uma travesti.
Anna, então, apareceu nas redes sociais, comentando que o seu objetivo não era desgradar ou discriminar a ninguém e abriu para votação a possibilidade da troca de atriz. Confira o vídeo aqui. Na publicação, personalidades como Camila Pitanga e Liniker se posicionaram a respeito.


Três dias após a sua postagem, em 19/04, Anna retornou ao seu Instagram, lançando um novo vídeo. Nele, a diretora pede desculpas a todas as pessoas da comunidade da trans que se sentiram apagadas ou atacadas com a escolha. Ela afirma que a sua visão sobre a produção era diferente, mas que agora mudará a protagonista, elencando uma atris trans e adaptando o roteiro a partir disso. Thainá Duarte, a atriz até então escolhida para viver Geni, também recebeu um pedido de desculpas de Muylaert.
A princípio, a locação do longa segue sendo a mesma: a Amazônia, mas precisamente, a cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre.
A produtora Iafa Britz relembra como a ideia do filme surgiu: “Durante a pandemia, meus filhos ouviam muita MPB. Quando escutei Geni com eles, enxerguei a música de uma maneira diferente. Ali havia uma narrativa potente, e sabia que a Anna era a pessoa ideal para dirigi-la. É notável como a figura da Geni permanece viva no imaginário coletivo e ainda hoje nos faz refletir sobre exclusão e violência contra a mulher.”
A canção, que há quase meio século emociona e provoca, já foi reinterpretada nas artes diversas vezes, mas ganha agora sua primeira adaptação como longa-metragem. O nome Geni tornou-se símbolo de pessoas injustamente rejeitadas, alvo de preconceito e perseguição social.