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A.I.C.O. – Incarnation | Crítica

Uma ameaça sem forma definida, que foi mais fácil isolar do que combater, mas que agora um grupo suicida tenta eliminar com a ajuda de uma garota em recuperação de um acidente gravíssimo. Esse é o plot de A.I.C.O. – Incarnation, animação original da Netflix que estreou dia 9 de março no serviço de streaming.

A trama é adaptada de uma mangá recente de ficção científica, com apenas uma edição até o momento, do autor Hiroaki Michiaki, e publicado em novembro na Monthly Shōnen Sirius. Como já citado, a protagonista Aiko sofreu um acidente recentemente, no qual perdeu o pai e agora usa uma cadeira de rodas (o que aparentemente não dura dois episódios, depois a guria já sai correndo e ralando o joelho por aí). Tudo muda quando Yuya, um aluno novo se transfere para a sua escola e a sequestra, já que ela é a única que pode acabar com a “Matéria”, uma espécie de organismo artificial vivo, que se originou de uma experiência mal-sucedida em um laboratório e precisou ser isolada em uma área, que hoje em dia está inacessível.

A “matéria” é a grande ameaça do anime.

Pois bem, o motivo da menina ser parte do plano de Yuya é que ela na verdade é um corpo artificial da Aiko original (por isso ela é passada a ser chamada de Aico), porém, o seu cérebro é o da verdadeira, que por sua vez, está com o cérebro artificial habitando nela (sim, é realmente uma confusão!). A matéria, que mais parece a bolha assassina daquele filme trash dos anos 80, surgiu no momento dessa troca de corpos. Então, o plano é reunir uma equipe chamada de infiltradores para levar a garota até o marco zero e desfazer tudo isso.

De cara, a proposta do enredo parece ótima, digna de uma baita ficção, mas em nenhum momento a história empolga (ainda mais se você assistir na versão brasileira, cheia de novos dubladores, mas não tão bons como os do anime B: The Beggining, por exemplo). Os momentos de tensão não te deixam aflito, principalmente por causa do conceito Ex-Machina que acontece de um jeito que você já espera, deixando a ameaça como algo só para mostrar os personagens da equipe de infiltradores em ação. Falando neles, por mais que sejam caricatos, com suas cores próprias nos uniformes de combate, nenhum deles é cativante. Nem mesmo o Kazuki Minase, que aspira ser o par romântico de Aico, mas não passa de um friendzone. Óbvio que temos os clichês – o capitão experiente, a garota rebelde e resmungona, o sisudo – todos inexpressivos. Um pseudo-vilão surge no final, também sem feder ou cheirar. Há também aqueles que não entram em batalha, fazendo os “mexes” por fora, porém, em nada empolgam. E pra piorar, o último episódio é pura emoção, mas sem peso nenhum. Nenhuma perda, ou consequência muito grave. Apenas um “viveram felizes para sempre”, quase como último capítulo de novela das nove.

 

Não poderia deixar de falar nos diálogos. Sou do tempo da extinta TV Manchete, onde passavam animes produzidos nos 80, mas que por aqui chegaram nos 90. Ali você via toda a hora as falas mais esdrúxulas, mas que aceitamos numa boa. Em A.I.C.O., encontramos esses exemplos, como:  “Você é um clone”. “O que, eu sou um clone?”. Como assim, ela é um clone?”.”Então ela é um clone”. E por aí vai. Não esperava ver esse tipo de conversa em um anime atual.

É possível um clone ter alma? (opa, já vimos esse filme)

A.I.C.O. – Incarnation tem seus momentos interessantes, como a matéria sempre evoluir e os infiltradores terem que pegar amostras para produzirem munições adaptadas à nova forma do organismo artificial, o dilema de um clone possuir alma ou não, da valorização da família e da importância do trabalho em equipe nos momentos de perigo. Contudo, pode ser uma experiência um tanto quanto “boring”, mesmo tendo apenas 12 episódios.

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