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Esquadrão Suicida: vale a pipoca

~ Contém SPOILERS! ~

A essa altura do campeonato com o buzz inicial negativo de Esquadrão Suicida e o flop total de Batman Vs. Superman você deve estar se perguntando: A DC/Warner errou a mão novamente? A resposta é tranquila, mas com ressalvas: Não errou, mas Esquadrão Suicida ainda não é o filme que vai marcar a DC no cinema.

Pra começar, vamos tentar deixar um pouco a concorrência de lado. Afinal, talvez seja a sombra da Marvel que faça nossa exigência subir tanto quando vamos a um filme de super-heróis. Nesse caso, super vilões. E vamos combinar que isso é bem difícil de fazer.

Esquadrão Suicida incomoda em algumas partes, mas cumpre sua missão. Apresenta a equipe de caras malvados e diverte, expandindo um pouco mais o universo DC nas telonas. Não é o que Guardiões da Galáxia foi, embora há algumas cópias bem escancaradas (até na trilha sonora). Talvez uma tentativa de tirar sarro (falei que era difícil desvincular com a Marvel), já que o diretor andou se passando nesses quesitos em alguns eventos de lançamento do longa. A história também não é algo tão formidável, e tem alguns problemas, mas enfim, entrega a formação da equipe, que completa sua missão de salvar o mundo de uma ameaça sobrenatural, ainda no plot lançado em BvsS em que a humanidade está preocupada em ter um plano de defesa caso um novo Superman, ou meta-humano apareça, mas dessa vez sendo inimigo dos terráqueos.

A obra de David Ayer (Coração de Ferro) é na verdade um pouco apressada e em função dos trailers (com cortes melhores que o do filme), a expectativa era alta. Principalmente por parte do Coringa de Jared Leto, que ok, está lá, mas não é o grande acerto do filme. Batman (Ben Afleck) também tem passagens importantes, na parte inicial e final da história (lembram da cena de Nick Fury e Tony Stark no pós-créditos de Homem de Ferro 1? Pois é, olha a comparação aí de novo). Depois dos créditos iniciais já estamos encarando a trama principal e os bad boys estão todos em cena. Deixado de lado, Amarra (Adam Blech) tem sua cabeça explodida para dar o exemplo que os demais foras da lei não podem pisar fora da linha. Ponto pra DC.

Depois disso, e já combatendo os inimigos formados pela entidade maior despertada por Magia (Cara Delevingne), a ação vai se desenrolando. As lutas são boas e as motivações são melhores do que vimos em BvsS. Mas algumas coisas seguem não convencendo. Entre elas o porquê o grupo chega na metade da missão e descobre que parte dela foi vistoriada como um teste pelo governo, o mesmo que os colocou no campo de guerra. Alguém aí me responde o que Amanda Waller (a ótima Viola Davis) estava fazendo no meio do prédio? Depois disso, o plano do Coringa em libertar Arlequina (Margot Robbie, alívio cômico do filme) ficou também sem grandes explicações. Ainda tem a cena do bar, onde o Esquadrão decide salvar o mundo de vez no melhor estilo terapia de grupo. Faltou alguma coisa.

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Arlequina (Margot Robbie) >>>>> Coringa  (Jared Leto)

Você chegou até aqui e está se perguntando onde estão os acertos. Vamos a eles. Arlequina rouba a cena. A maluquinha tem papel destacado na trama e mereceu a sua história de origem (aqui contada em flashbacks), embora algumas piadinhas fiquem bem forçadas. Estas partes lembram um pouco do que víamos nos filmes de Tim Burton, num paralelo com a Mulher-Gato interpretada por Michelle Pfeiffer. O Pistoleiro de Will Smith ficou bem adaptado. O destaque e peso de um ator com o seu nome não chegam a prejudicar. Rick Flag (Joel Kinnaman/House of Cards) responsável pela missão é também par romântico de June Moone (alter ego da personagem Magia), o que justifica ainda mais seu envolvimento na missão. Difícil é falar de Capitão Bumerangue (Jai Courtney), e o Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje), personagens sem grande carisma. Nesse aspecto, quem ganha pontos são Diablo (Jay Hernandez) e Katana (Karen Fukuhara).

No mais a aventura agrada, mas deixa um gostinho de que o filme poderia ir além em vários momentos. Um deles é no desfecho, quando substituem Bohemian Rhapsody (Queen), música para sair do cinema sorrindo, por um rap/hip hop qualquer, sem o mesmo impacto. A trilha sonora é boa (apelativa pelos hits), mas perder a oportunidade de terminar o filme com uma das maiores obras do rock mundial foi daqueles erros que poderiam melhorar a experiência do filme. Pra aqueles que queriam mais um vislumbre da Liga da Justiça, temos ainda o Flash (Ezra Miller) na cena de créditos iniciais capturando o Capitão Bumerangue e aqueles easter eggs com fichas ultrasecretas do governo com outros personagens. Novamente, qualquer semelhança com os Vingadores já não é mera coincidência.

 

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