CríticaFilmes

Era Uma Vez um Gênio: um estranho romance com Idris Elba

Idris Elba e Tilda Swinton dirigidos por George Miller. Essa chancela promete muito. Mas, em Era Uma Vez um Gênio, só esse elenco não segura um roteiro irregular e contraditório e uma estética duvidosa.

O diretor de Mad Max conta uma história sobre… contar histórias. Alithea Binnie (Tilda Swinton, de Doutor Estranho) é uma estudiosa inglesa que vai para a Turquia palestrar. No seu dia de folga, ela encontra uma garrafa em um mercado de antiguidades e resolve levá-la. Quando vai limpar, descobre que existe um Gênio (Idris Elba) dentro dela.

A partir daí, temos uma expedição pelo velho mundo, com o gênio mostrando seu passado, tentando convencê-la a fazer três desejos e libertá-lo. Enquanto o gênio narra as suas histórias, vemos os capítulos serem encenados. Esse é um dos momentos mais interessantes do filme. As ambientações são bem feitas, porém as escolhas artísticas de transição e o excesso de fade-in e fade-out depõem contra o longa.

Outro problema que encontramos é a forma leviana em que vários aspectos são abordados. A gordofobia e a fetichização do corpo gordo está presente em uma das histórias. Inclusive, o corpo da mulher gorda é utilizado para quebrar uma peça do Palácio. Fiquei extremamente incomodada com a cena. E não é só o corpo gordo que é explorado, o corpo das mulheres em geral é bem exposto e muitas vezes, sem necessidade.

Tilda Swinton e Idris Elba até funcionam como um casal. São grandes atores. Apesar do gênio protagonizar o filme, Tilda serve como uma boa coadjuvante. Porém, em uma decisão questionável de roteiro, o filme que seria de fantasia se torna uma comédia romântica mal resolvida e esquisita. Aliás, um filme que prometia uma mulher bem resolvida com a sua solidão mostra uma virada que até Aladdin nos avisou que não poderia acontecer.

Tilda Swinton e Idris Elba têm química em Era Uma Vez um Gênio
Tilda Swinton e Idris Elba têm química em Era Uma Vez um Gênio

Os efeitos especiais, que prometiam muito, deixaram a desejar. A ideia de fazer uma galáxia no corpo do gênio podia parecer interessante, mas ficou bem prejudicada quando passou pela pós-produção. O visual é bem feito sim. A fotografia, os figurinos e as ambientações são bem interessantes. Mas isso não segura um bom longa.

Era Uma Vez um Gênio promete, mas não cumpre. Com um bom elenco e um visual bonito, o roteiro cheio de furos prejudica o filme. O longa poderia acabar antes, sem uma lenga-lenga romântica que não ajuda em nada. Queria ter visto mais, bem mais.

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *