El Camino de Sol é sobre desespero e maternidade
Uma mãe que perde um filho e não mede esforços para o recuperar. Não, não estou falando de A Mãe, mas até poderia ser. Desta vez, vou abordar aqui El Camino de Sol, filme estrangeiro exibido no domingo, dia 15 de agosto, no terceiro dia do Festival de Cinema de Gramado.
No filme de Claudia Sainte-Luce, Sol (Anajosé Aldrete) leva seu filho para visitar o pai dele, Jaime (Armando Hernández), em um domingo pela manhã. Enquanto os dois discutem, Christian se distrai com um cachorro. Nesse meio-tempo, um carro para o sequestra o menino. Aí começa a jornada, ou o caminho, como diz no título, de Sol.
Contudo, a vida de Sol continua. Ela continua precisando ir ao trabalho e dividindo seu tempo com a busca incessante ao filho. Solitária, Sol vê todos ao seu redor darem dicas, indicarem orações, a recomendarem locais para visitar. Todos tem palpites fáceis sobre como Christian pode voltar para casa.
A solidão de Sol é um recurso muito interessante do filme. Durante muitas cenas, assistimos ela agir em silêncio e essa ausência de diálogo vai engrandecendo a obra e nos conectando ainda mais com o filme e com a personagem. El Camino de Sol é um filme para se sentir.
Por acaso, Sol faz um descoberta em relação à cachorros desaparecidos e coloca seu plano em ação. Aí vemos como a maternidade é questionada de diversas formas pela sociedade, mas o ato de comprar um cachorro não.
Falamos muito na polêmica de “mãe de pet” e “pai de pet” e esse filme, em suas entrelinhas, aborda o tema. Afinal, enquanto Christian estava desaparecido e a polícia não fazia questão de encontrar o menino, os cachorros que foram sequestrados foram encontrados rapidamente.
Não espere um final feliz estilo filme americano. Nada de Disney. Aqui não é Sessão da Tarde para dar tudo certo no final. Quando o filme termina, você se pergunta durante muito tempo o que teria acontecido. Você pensa em muitos cenários. E essa é uma boa decisão da diretora.