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Chama a Bebel é didático e nem o carisma de Giulia Benite salva

Quem foi adolescente em 2004 tem na memória a Malhação da Vagabanda e a eterna Miss Gari, a mocinha Letícia, vivida por Juliana Didone. Representando uma garota ativista, ela passava falando de lixo e reciclagem, o que deixava os colegas irritados. Em 2024, duas décadas depois, uma nova adolescente viciada em meio ambiente aparece. Bebel (Giulia Benite) é a protagonista de Chama a Bebel, novo longa de Paulo Nascimento que estreou nas telonas.

Bebel é uma menina que chega do interior para a cidade grande. A jovem vai para a casa da tia para estudar e, com essa mudança, novos desafios são colocados em sua vida. Cadeirante, Bebel vivia com a mãe (Larissa Maciel) e o avô (José Roberto Chachá), contudo, agora precisa chegar em um novo local e defender as suas causas.

A referência que faço com Malhação no início do texto não é em vão. Toda a trama parece uma grande novela teen. Muitos personagens vilanescos querem o mal de quem só quer cuidar do planeta. E isso vai se tornando enfadonho enquanto o filme se desenrola.

Inclusive, enfadonho também é o teor didático dos textos. Por algum momento, parece que todos aqueles que estão em cena decoraram pedaços de livros didáticos de ciências e estão repetindo. É cansativo e cria ainda mais uma distância entre o espectador e o filme.

A trama que envolve o laboratório com testes em animais até lembra, de certa forma, o sumiço do Floquinho de “Turma da Mônica: Laços“. Marcos Breda apresenta um personagem totalmente fora do tom. E isso é, na verdade, comum entre os atores. Até Giulia Benite começa um pouco exagerada, mas consegue entrar na personagem e consegue deixar o filme mais agradável. As cenas entre Giulia, Larissa e Chachá, inclusive, são o destaque do filme, já que a química entre eles funciona. De resto, parece tudo muito caricato.

Chama a Bebel é confuso, tem roteiro didático demais e nem o título sequer faz sentido. Por que chamar a Bebel? Ela é uma espécia de super heroína? Seu super poder é ser a aluna CDF? Enfim. O longa se tornou cansativo, com diálogos apelativos e chatos e os 90 minutos se tornam uma eternidade. Nem o carisma de Giulia Benite salvou.

Veredito da Vigilia

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