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Capitã Marvel é uma analogia à vida das mulheres | Opinião

Capitã Marvel estava no topo da lista dos filmes que eu ansiava por assistir em 2019. Desde o anúncio sobre primeiro filme solo de uma super-heroína da Marvel, minhas expectativas estavam altíssimas. Mas aqui não farei uma crítica do filme, meu colega Robson já fez isso de forma brilhante (e você pode ler aqui). Vou tecer minha opinião.

Fã de Jessica Jones e Agent Carter e leitora de história em quadrinhos predominantemente femininas, de antemão já aviso que Capitã Marvel acertou e me representou do início ao fim. Todo o ódio espalhado pelos trolls da internet para com este filme minimiza e tenta silenciar uma luta que travamos, todos os dias: de sermos mulheres e encontrarmos nosso espaço no mundo.

Na infância, minha princesa favorita era a Branca de Neve. Acredito que era porque ela conversava com animais e se refugiava na casa de anões cantantes. Nunca gostei da princesa que só dormia ou da outra que perdia o sapato. Meu outro filme favorito era a Fantástica Fábrica de Chocolate (a versão de 1971). Mas neste, tínhamos um menino como protagonista. Porém, dentre as opções de quem cresceu nos anos 90, era isso que uma menina que brincava de Barbie, de Lego e tinha como um de seus brinquedos favoritos uma Ferrari vermelha do Posto de Gasolina, poderia escolher de melhor.

E por que buscar referência na minha infância? Porque é incrível saber que, se eu tiver uma filha, ela pode querer ser a Elza, a Valente e, principalmente, a Capitã Marvel. Uma super-heroína forte, determinada, destemida. Assim como foi Mulher Maravilha em seu filme solo. Lá em 2017, escrevi que “Precisamos quebrar barreiras e mostrar que somos tão capazes quanto os homens que nos cercam. Podemos falar sobre qualquer assunto e fazer qualquer coisa e, homens, lidem com isso.” E reitero essa opinião em 2019.

Pilota de avião, em uma equipe feminina, com uma chefe cientista brilhante e outra colega mulher como fiel escudeira. Durante toda a sua jornada, podemos ver que Carol Danvers tentou, caiu, foi desacreditada, mas levantou. Uma, duas, três, inúmeras vezes. Fez tudo o que os homens disseram que ela não iria conseguir. Como todas as mulheres fazem durante a sua trajetória. Levamos tapas, da vida, da sociedade, ou até de companheiros (se isso acontecer com você, busque ajuda! – ligue 180), a vida inteira. Caímos. Sofremos. Mas encontramos a força que precisamos para nos levantar. A vida de uma mulher é isso. Precisamos provar nosso valor todos os dias, mas como diria a Agent Carter, nós conhecemos ele.

Capitã Marvel estrear no Dia Internacional da Mulher pode ter sido uma jogada de marketing, mas para nós, mulheres, foi muito mais. Assim como a primeira temporada de Jessica Jones, que estreou no mesmo dia alguns anos atrás. Essa data não poderia ser melhor, afinal, é uma data de luta, muita luta.

Mulher Maravilha, Jessica Jones, Agent Carter, Capitã Marvel e tantas outras que já chegaram: muito obrigada. Que essa seja a sementinha que precisamos de revolução no mundo do entretenimento. Antes que você, nerd que acha que eu não deveria nem estar aqui escrevendo este texto (SPOILER: eu vou continuar, queridão), venha falar das falhas de roteiro e direção deste filme, saiba que eu encontrei todas elas. Mas você assistiu todos os outros filmes de super-heróis com problemas similares ou até piores e não falou nada. Nenhuma falha vai minimizar a grandiosidade de Capitã Marvel.

No fim, eu fico imensamente feliz em ver que Capitã Marvel incomodou. É a mudança que mostra que tudo vai evoluir e, rapazes, se segurem que nós estamos chegando.

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