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Black Sails: o que é e porque você deve assistir | Review da Série

Curte Vikings, Marco Polo, Spartacus, séries realistas calcadas em fatos históricos ou bem embasadas na realidade e de ótima produção? Perfeito então Black Sails, série que chegou ao fim agora em abril, é um prato cheio para você se deliciar.

Só um reparo antes de continuar. Black Sails não tem ótima produção, mas sim uma EXCELENTE produção! Esse quesito é um dos brilhos dessa série sobre pirataria  – não a virtual, afinal, estamos falando de uma série de Piratas – , que se passa em 1715, quando a pirataria dominava os oceanos entre Europa, Ásia e América.

Além da produção, figurino e a direção de arte trazem um ar refinado a esta série de quatro temporadas, com dez episódios cada, com exceção da primeira, que tem oito, e foi transmitida pelo canal FOX Premium aqui no Brasil.

Caracterização do elenco e figurino, impecável!

Com Ray Stevenson (Vollstag de Thor, e o próprio Frank Castle no famigerado Justiceiro: Zona de Guerra) como o terrível pirata Barba Negra, o elenco é extremamente competente, com destaque para Capitão Flint (Toby Stephens) e John Silver (Luke Arnold). Eles oscilam entre companheiros de embarcação e rivais, dependendo do que lhes convém, e essas situações geram muitas traições. Política e ganância também são temperos especiais para apimentar os episódios. Com tudo isso, fica bem claro que piratas não são as pessoas mais queridas desse mundo, e são, tradicionalmente, egocêntricos e fanfarrões.

Se você é leitor assíduo de clássicos da literatura mundial deve ter reconhecido o nome acima. John Silver. Sim, é o mesmo Long John Silver do clássico A Ilha do Tesouro de Robert Louis Stevenson, e na série vimos como ele muda e evolui de um jovem pirata ao velho perneta e individualista do clássico. E, obviamente, a série é uma espécie de prequel (ou prequência) do livro.

Não é só isso. Apesar da temática pirata/tesouro-enterrado predominar, essa é uma série adulta. Sexo, violência e muita política na guerra entre a Coroa Inglesa, os moradores da ilha de Nova Providência em Nassau capital das Bahamas, e os piratas sedentos pelos tesouros. Por vezes, a série exagera um pouco na política, mas nada que uma perna de pau ou tapa-olho clássico após uma luta (muitas delas com violentas mortes) não venham para movimentar a trama. Como é uma série adulta, o papagaio não faz falta.

Além da política, Black Sails traz comércio, prostituição, escravidão e muito mais. Tudo isso está nessa grande produção de Michael Bay. Sim, ele mesmo. Bay é o diretor que mais vezes destruiu o mundo no cinemas, o que convenhamos, lhe dá muitos créditos na hora de assinar a produção. Disso ele entende bem, o importante é que ele não coloque a mão no roteiro e na direção. E foi isso que aconteceu aqui, desde a abertura muito estilosa (tipo final de Vingadores – A Era de Ultron, mas anterior e melhor), elenco afiado e tema cativante.

A história de Capitão Flint e cia é fictícia, mas no roteiro tem também piratas da vida real, como Edward “Barba-Negra” Teach, Anne Bonny, Jack Rackham e Charles Vane (vale a pena buscar suas histórias reais) muito bem utilizados aqui com os fictícios vindos do livro A Ilha do Tesouro, tais como Flint, Long John Silver e Tom Morgan.

Importante salientar também a honestidade que a série dá ao tema homossexualismo, sem nenhum alarde ou exagero, simplesmente retratando como ele é. Black Sails acabou, mas os espontâneos, líderes e exploradores portadores da bandeira preta da caveira com espadas seguem com suas histórias nos nossos corações e sempre em busca dos seus tesouros escondidos.

Créditos iniciais, a luta entre a vida e a morte!

 

Éderson Nunes

@elnunes

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