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Armas na Mesa | Crítica

Política. Subornos. Muito dinheiro. Jogo de influências. Poderia estar falando de House of Cards, mas o jogo político hoje é outro. Armas na Mesa (Miss Sloane) é um filme que você precisa ver se gosta de todos os assuntos listados acima.

Miss Sloane, o título original, é muito mais apropriado, já que o filme é exatamente sobre ela. Elizabeth Sloane, ou Liz, vivida pela belíssima Jessica Chastain – brilhante! – mereceu o Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz em Filme Dramático e foi injustiçada em não ter sido indicada ao Oscar, é uma poderosa lobista. Elizabeth define logo no início do filme que fazer Lobby é uma questão de prever, de antever os movimentos dos oponentes e elaborar contramedidas.

A estrategista política coloca a sua carreira acima de tudo. Não existe família, filhos, amigos. Ela é uma profissional bem resolvida, que passa mais de 16 horas por dia trabalhando e focando no que mais importa para ela: sua vida profissional. Para isso, Sloane faz coisas que dificilmente seriam aceitáveis num ambiente comum. Mas, nós sabemos que na política vale tudo. Ela se droga para ficar mais tempo acordada, dorme com garotos de programa e gosta de acumular poder e dinheiro. Até que uma proposta aparece e ela recusa, já que, pela primeira vez, algo vai contra os seus ideais.

A proposta é chefiar uma campanha para que eleitoras americanas sejam a favor de uma lei que legisla sobre a arma. Os senadores iriam votar em breve e precisavam do apoio de seu eleitorado. Mas, sem dar muitas explicações, Sloane se mostra contrária a esse trabalho, deixando os donos da empresa em que ela trabalha, enlouquecidos. Ela recebe então uma proposta para ir para o outro lado, em outra empresa, chefiando a campanha que se opõe ao uso de armas. Bem provável que a adaptação brasileira do título para “Armas na mesa” seja por esse jogo de escolhas, mas continuo preferindo “Miss Sloane”.

Mesmo sabendo que seria muito mais difícil ganhar essa campanha, Sloane vai atrás do que acredita e chefia a campanha da empresa contrária. Mas para ganhar a qualquer custo, passa por cima de muitas questões éticas, assustando os novos colegas. O filme nos deixa com uma pulga atrás da orelha: será que estamos levando uma carreira íntegra? Quais são os nossos objetivos de vida? Nossa vida profissional vale quanto para nós? Quais são os nossos limites?

Dirigido por John Madden (Shakespeare Apaixonado e O Exótico Hotel Marigold), o filme tem excelentes cortes de cena e um enredo daqueles que nos fazem perder o fôlego. É um jogo de quebra-cabeças. Quando achamos que está resolvido, percebemos que encaixamos uma peça errada. O filme estreia dia 2 de fevereiro no Brasil.

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Veredito da Vigilia

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