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Westworld | Crítica da 2ª Temporada

Cuidado com Spoilers!

 

Westworld não apenas veio para substituir Game Of Thrones enquanto ela esteve no período de férias em 2016. Apesar dessa ser a ideia original, não conseguiu pegar o mesmo público, o que é compreensível, pois a história baseada no filme de 1973 de Michael Crichton (falamos disso na crítica da primeira temporada) é bem mais densa e complexa de que as Crônicas de Gelo e Fogo, que claro, adoramos também.

Com o elenco mais conhecido e escritores consagrados, Westworld, a série da HBO, foi muito além do filme de 1973. Na primeira temporada já tivemos o vislumbre do Shogunworld, um dos seis parques que rondam nossas teorias.

Seriam os parques:

  1. Westworld;
  2. Shogunworld – que vemos em alguns episódios nessa temporada;
  3. Futureworld – mostrado no filme de 73, não mostrado na série ainda (ou conforme teorias, seria o mundo moderno onde a série se passaria – e isso seria “mind-blowing”);
  4. Romanworld – mostrado no filme de 73, uma das especulações teóricas;
  5. Medievalworld – mostrado no filme de 73, não mostrado na série ainda, mas nas especulações teóricas também;
  6. The Raj – mostrado na introdução do primeiro episódio dessa 2ª temporada

São apenas especulações, mas seria muito legal e faria todo sentido aproveitar esses mundos em mais temporadas, já que nesta segunda tivemos em alguns episódios apenas algumas histórias aprofundadas (como toda série de sucesso) mostrando um pouco do passado de alguns personagens para alongar a trama (e aqui isso não é ruim!).

Musashi (Hiroyuki Sanada) e os combates samurai em Shogunworld! Queremos mais!

Vamos aos acontecimentos:

Após a derradeira festa de Ford no final da primeira temporada, os anfitriões liderados por Dolores começam a sua jornada para vingança contra os humanos. Maeve (Thandie Newton) começa a busca da sua filha e recruta seus colegas anfitriões para isso. Temos novos personagens como Karl Strand (Gustaf Skarsgard de Vikings) um dos gerentes da Indústria Delos, que foi uma boa inclusão no elenco. Temos também o proprietário dos “mundos” de Westworld, James Delos (Peter Mullan), o que trouxe uma nova trama, novas teorias e viradas de roteiro que tiraram o espectador da poltrona.

Após a morte de James Delos, a sua memória foi gravada e colocada em um anfitrião (uma cópia do corpo original humano), e por décadas ficou preso em um quarto em avaliação. Um novo anfitrião com a memória de um humano abre a perspectiva que qualquer humano pode ser um anfitrião (pausa dramática)!

Tudo isso acontece enquanto acompanhamos a jornada de Maeve no Shogunworld, no episódio “Akane No Mai”, um dos mais lindos e bem produzidos de toda série. Shogunworld tem a mesma narrativa de Westworld, os mesmos personagens, mas se passa na era medieval japonesa, nos trazendo alguns dos mais incríveis momentos entre desafios de samurais, ninjas e a memorável dança da gueixa Akane (Rinko Kikuchi) para o Shogun (Masaru Shinozuka).

Com um elenco tão grandioso, não podemos nos esquecer de Bernard (Jeffrey Wright) que está a par do plano de Dolores (Evan Rachel Wood) e Teddy (James Marsden), que querem sair do parque e se vingar dos humanos. Bernard encontra Robert Ford (Anthony Hopkins) que como sabemos – Atenção ao Spoiler – morreu no final da primeira temporada. O encontro se passa no plano virtual e se torna rotineiro, tentando ajudar Bernard a alcançar a Forja (lugar onde estão as memórias de todos os visitantes do parque, que são secretamente copiadas para futuramente termos a criação de novos anfitriões, ou seja novos momentos de explodir cabeças) antes de Dolores. Dolores está cada vez mais cruel e “reseta” Teddy, pois acredita que ele não conseguirá ajudá-la na sua jornada.

Outro episódio marcante da temporada foi o que explorou a Nação Fantasma. Uma história emocionante com o índio Akecheta (Zahn McCLarnon) que para não esquecer de seu amor, Kohana (Julia Jones), persiste sem morrer desde a sua primeira versão. Destaque para uma cena incrível em que ele acorda no laboratório da Delos ao som de Heart Shaped Box do Nirvana, e vê que o mundo em que ele vive não é o mundo dele.

Akecheta (Zahn McClarnon) e a Nação Fantasma emocionaram os fãs.

Já mais para o final da temporada, temos mais do passado de William (Ed Harris) e uma das mortes mais sentidas da série, sua filha Emily (a ótima Katja Herberts). Em uma cena tocante, ela discute com William sobre a existência, passado e egoísmo.

Após o reset do Teddy, ele tem uma crise de existência e comete suicídio na frente de Dolores. Essa, por sua vez, se encaminha para o Além do Vale para sua libertação final, levando consigo William, que ela encontrou no meio do caminho.

Maeve é resgatada por Hector (Rodrigo Santoro), Armistício (Ingrid Bolso Berdal), e demais foragidos, mas parece que ela não precisa ser salva, quando ela e uma manada de touros avançam contra os soldados de Delos em uma cena muito esperada.

Todos seguem em direção ao Além do Vale (ou a instalação física chamada de Forja) onde os anfitriões acreditam ser sua terra prometida, mas na verdade lá eles são enviados virtualmente para o sistema onde ficarão armazenadas suas consciências, e seus corpos físicos acabam sendo destruídos. Maeve consegue alcançar sua filha e Akecheta leva a pequena para o Além do Vale, mas Maeve não sobrevive à guerra entre os funcionários da Delos e os anfitriões.

Os anfitriões que não passaram para o Além do Vale, também morrem na guerra. É o fim de todos os anfitriões de Westworld.

A Forja é inundada por Dolores, que em mais uma discussão filosófica com Bernard, acaba levando um tiro.

Hale (Tessa Thompson) chega com sua equipe à Forja e mata Bernard, mas não antes de Bernard revelar que como sendo o último de sua “espécie” (atenção a mais um plot-twist) coloca a consciência de Dolores em um novo corpo de Hale.

Dolores/Hale escapa de Westworld e vai para o mundo real, levando mais cinco pérolas-consciência.

Quem mais ela levou com ela para o mundo real?

Vimos que Bernard foi refeito, e Dolores e Hale (ou seria uma consciência replicada de Dolores) estão no mundo real. E aí? Qual a sua teoria?

Pós-créditos

O Homem de Preto/William sobrevive mesmo após perder a mão na explosão de sua arma no combate com Dolores, e ainda está em Westworld, que agora é um mundo todo abandonado. William reencontra Emily, que em uma sala igual aos testes de James Delos, está preso e Emily questiona sua fidelidade.

No final das contas, Westworld nos apresentou uma ótima segunda temporada, que cativou bastante com alguns personagens, e que com certeza farão falta na continuação. Ela encerrou ciclos e trouxe muitas possibilidades para a terceira temporada em 2019.

E claro, ficaram no ar muitas perguntas…. Qual a sua teoria preferida? A dos seis parques?

Quem Dolores levou ao mundo real? William é um anfitrião?

Mas a pergunta que não quer calar é:

Você já questionou a natureza da sua realidade?

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Veredito da Vigilia

Éderson Nunes

@elnunes

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