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War Machine | Crítica

Já disponível na Netflix, a nova produção original War Machine é uma crítica cômica à malfadada indústria da guerra produzida pelos Estados Unidos desde o início da vida. Brad Pitt é a encarnação do caricato General Glen McMahon, o homem “escolhido” para “vencer” a guerra no Afeganistão nos idos de 2009, na condução do governo de Barack Obama. E o longa faz valer a clássica frase de Raul Seixas: “Tudo acaba onde começou”. Grave essa frase ao assistir o filme.

Baseada no livro The Operators: The Wild & Terrifying Inside Story of America’s War in Afghanistan, do jornalista Michael Hastings, a história mostra, além da teimosia ilusória de se manter uma guerra, suas perdas, e a trágica (e cômica) solução para que o público pense que as missões estão lá para um fins altruístas. Acompanha Brad Pitt um elenco com Emory Cohen, RJ Cyler (de Power Rangers), Topher Grace, Tilda Swinton e Sir Ben Kingsley. A direção é de David Michôd.

Sempre em tom de sátira, o filme tenta dar a versão dos que se “beneficiam” com a guerra e sua frustrada forma de mostrar que estão agindo da maneira correta. McMahon é o típico general pragmático. Méritos para Brad Pitt, que consegue manter uma sobrancelha sempre um nível mais baixo da outra durante as duas horas de filme. Ele não sabe viver fora da guerra. Sem ela, ele parece não ter motivações na vida. É o que ele sempre fez. O que fica claro na engraçada cena em que a jornalista vivida por Tilda Swinton o desafia durante uma palestra. Tanto o general quanto o seu staff são retratados da forma mais caricata possível. Um bando de acéfalos que vivem a ilusão de estarem salvando o mundo. Mas, o mundo não precisa ser salvo. Pelo menos não por eles. E muito pelo contrário, suas ações serão um tanto desastrosas.

Longe de ser um grande primor ou obra-prima, a produção original da Netflix acerta pelo tom de crítica e por trazer a tona, pelos próprio norte-americanos, tudo aquilo que a gente já sabe. Eles precisam estar enfiados em alguma guerra para tentar mostrar poder, ou até mesmo lucrar. E se isso não cessou no governo Obama, imagina só numa época com o gestor e “não político” Donald Trump. A qualquer momento a postura dele pode provocar o que os EUA mais precisam. Oremos! E lembre-se ao assistir o filme. “Tudo acaba onde começou”.

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