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Natalie Portman brilha em Vox Lux – O preço da fama | Crítica

Ao assistir Vox Lux – O Preço da Fama, você pode se deparar com vários temas. Vários dramas, todos muito fortes e produzidos de forma grandiosa. Na verdade, ao assistir aos trailers ou divulgações do filme, você nem imagina que a obra final é o que é. E se por um lado isso é ótimo, pois vai lhe surpreender, por outro lado acaba sendo um enxerto de várias ideias, sendo que nem todas conversam de forma orgânica e funcional, tirando um pouco o foco de qual é a real mensagem do filme. Ainda assim, você estará em um belo desfile de atuações liderado por Natalie Portman, e seguido por Jude Law, Raffey Cassidy (em um papel duplo), Stacy Martin e a perturbadora narração de Willem Dafoe (No Portal da Eternidade).

Vox Lux é o segundo filme de um promissor diretor, Brady Corbet, que ganhou vários prêmios importantes por sua obra de estreia, “A Infância de um Líder”, de 2015. Com um estilo diferente do padrão para blockbusters, em determinados momentos você pode até mesmo se sentir dentro de um filme de Lars Von Trier. Um pouco pela estética, um pouco pela mão pesada e até mesmo na forma em que é conduzida a narrativa.

Raffey Cassidy vive Celeste, mas migra de papel com a chegada de Natalie Portman.

A trama começa com o pé na porta, quando em 1999 a adolescente Celeste (inicialmente interpretada por Raffey Cassidy) sobrevive a um violento atentado em sua escola. Entre a vida e a morte, ela retorna. “Acho que cometi um grande erro”, ela crava ainda antes de sair do hospital. Em um momento de homenagens às vítimas do massacre a tiros em sua escola, ela compõe uma música com a irmã Eleanor. Sua interpretação ganha uma grande repercussão, o que lhe vale um disco, vários hits e a fama internacional. Note que só aí temos dois temas importantes a serem explorados.

Na fase adulta, Celeste é vivida por Natalie Portman.

Com a fama a seu lado, Celeste e a irmã são jogadas a outra vida, longe dos pais e da pacata cidade do interior. Descobrem a vida e seus prazeres. Enquanto Celeste lida com traumas e ruma ao estrelato, a irmã, igualmente talentosa, vai se apagando ao lado dela. E a colcha de retalhos vai se formando, ora ou outra intercalando novas etapas de violência, como a queda das Torres Gêmeas e um novo massacre em uma praia da Croácia.

É só depois de um período de fama, drogas e depressão que surge então Natalie Portman, também no papel de Celeste. Neste pulo temporal, Raffey Cassidy passa de protagonista à filha dela. É quando Natalie começa a roubar a cena. Longe da menina que conhecemos no início do filme, perdemos rapidamente toda a simpatia criada por ela até então. A nova Celeste, a superstar da música, é o tipo de ídolo que ninguém gostaria de ter. Para isso, bastam dois ou três excelentes diálogos dela com a filha Albertine (Cassidy), sua irmã Eleanor e seu staff. E novos acontecimentos, dessa vez só narrados por Willem Dafoe, vão jogar sua reputação ainda mais para baixo.

Vox Lux: Natalie Portman como Celeste e Raffy já como Albertine

É quando chegamos ao grande desfecho do filme, que evoca para a super atuação de Natalie Portman e o primeiro show da turnê do novo disco de Celeste, Vox Lux. Aliás, um adendo importante: várias canções foram interpretadas pelas próprias atrizes e quem assina a trilha sonora é a cantora e compositora Sia. E neste desfecho, o diretor e roteirista faz um novo apelo narrativo. Uma pista deixada ainda no início de tudo. E talvez não tenha sido a melhor escolha.

Por Natalie Portman e por um filme diferente do convencional, A Vigília Recomenda!

Veredito da Vigilia


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