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Vende-se Essa Casa | Um filme que você não gostaria de comprar

“Lar Doce lar”. Ah, como seria bom se Logan (Dylan Minnette, o Clay Jensen de 13 Reasons Why) e Naomi (Piercey Dalton) pudessem dizer essa frase. Mas no novo filme da Netflix, Vende-se Essa Casa (The Open House), isso não é possível. A produção, dirigida por Suzanne Coote e Matt Angel, estreou no catálogo no dia 19 de janeiro, prometendo ser um daqueles suspenses despretensiosos, mas com um grande potencial, no maior estilo Corra! (Get Out). E olha, saibam que foi por pouco.

Construindo uma atmosfera diferente desde o início, com personagens misteriosos e situações pra lá de esquisitas, a tensão vai sendo criada a todo momento pelo abuso de planos e movimentos de câmera, e por um cenário claustrofóbico. Mas a verdade é que “Vende-se Essa Casa” é um suspense com um potencial desperdiçado, que se perde no final, parecendo que não sabe mais para onde correr. E por isso, resolve encerrar a corrida por puro cansaço. Desistência.

A história inicia bem, com o jovem Logan treinando com o seu pai para ser um dia um grande corredor, e quem sabe, conquistar uma medalha nas Olimpíadas. Por trás da família feliz, sua mãe Naomi tenta esconder do filho a crise financeira em que eles se encontram. Para piorar, o pai do adolescente morre atropelado em um estacionamento de mercado, por um motorista que aparentemente havia tido um ataque cardíaco. Não tendo como pagar o aluguel, a recém viúva aceita a ajuda da irmã e vai morar na casa dela, que está para vender (a tal casa do título). O problema é que o novo lar fica nas montanhas, o que tira Logan temporariamente da escola.

Clay Jensen em ação. Hannah Baker ficou no passado.

Com a mudança, os personagens misteriosos começam a surgir: a vizinha enxerida, que ora diz que é viúva, ora diz que o marido é uma figura que nem o diabo poderia deter; o vendedor da loja de conveniências que dá em cima da mãe do garoto, deixando ele inicialmente enciumado; os corretores de imóveis, que todos os sábados, das 10h às 17h, tiram Logan e Naomi de casa, porque a casa tem que estar aberta a visitação. Enfim, uma infinidade de pessoas que poderiam ser os culpados pelas situações pra lá de esquisitas, mas que não dizem para o que vieram.

Mesmo sendo vizinhos, melhor não parar para falar com estranhos.

Falando em coisas dispensáveis do filme, as cenas da mãe do rapaz tomando banho, várias e várias vezes, com o pretexto para ela aparecer andando de toalha pela casa, nua no chuveiro, ou mesmo o garoto pegando ela sem roupa ao atender um grito de desespero, poderiam ser resumidas a uma só. Já em outros momentos, com destaques para objetos que estão em um local e depois aparecem em outro, rotinas, como o tempo do percurso de corrida de Logan e peculiaridades dos personagens, como a miopia do menino ou a sua música preferida, que faz referência a uma casa, são bem funcionais no filme. São os pequenos acertos da produção.

Infelizmente, o terceiro ato é apenas para terminar o filme de vez. Acontece de maneira muito acelerada, sem explicação… e deixando lacunas para uma possível sequência desnecessária, decepcionando o público que estava começando a acreditar que veríamos um filme que seria marcante, assim como foi “Corra!”. Ledo engano.

 

One thought on “Vende-se Essa Casa | Um filme que você não gostaria de comprar

  • eliane cardoso

    achei um filme péssimo…perdi meu tempo vendo…

    Resposta

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