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Vai Anitta! A dominação global do ícone pop brasileiro | Crítica

Anitta é inegavelmente um fenômeno da música. Quer você goste ou não. Seu status como persona ficou tão forte que qualquer “Oi” no twitter já rende calhamaços de matérias, repercussões diversas e até teses das mais variadas insinuações. Tudo pela luta de audiência e clicks. E mais, todos querem julgar a menina pelo que ela faz, ou deixa de fazer. E, querendo ou não, isso vem sendo uma tônica para qualquer pessoa pública. Um exemplo disso foi a simples divulgação de sua série na Netflix. Aliás, é dela que vou falar aqui, embora esse nariz de cera ainda não tenha deixado claro.

Tão logo circulou o primeiro trailer da série documental, começou a chover de comentários reprovando o material (pelo menos na minha bolha, não surgiram elogios). A produção estreou em novembro, com seis episódios de 30 minutos.

Mas, e aí? Pra quê tanto choro?
Honestamente não sei, mas imagino que o lançamento está longe de ser algum fracasso. Você não gosta da cantora. É fácil, basta não assistir. Não precisa fazer abaixo assinado pra tirar a produção do ar (como rolou com Super Drags, ou mesmo com Star Wars). Ficou curioso? Pode dar o play.

A verdade é que a série segue o padrão de sucesso da cantora e seu planejamento estratégico de aparecer, ser divulgada, e consequentemente mostrar seu trabalho em cada vez mais lugares. De fácil consumo, os episódios fluem bem, com boa edição e formato esperto. Basicamente a série mostra vários momentos de bastidores de Anitta, seu staff, parcerias musicais (DJ Alesso, Poo Bear, J. Balvin), rotina de trabalho e correria. Aqueles momentos que não se vê sempre. E claro, mantém o projeto de dominação global da cantora, procurando mostrar que ela tem tudo, que é não só uma artista, mas que tem o total controle da carreira, também fazendo as vezes de CEO da coisa toda. Ela aparece cantando, aparece liderando, mostrando seu passado humilde, dando a letra para sua equipe – “Não estamos aqui para passear. Vocês precisam lembrar os nossos compromissos e não eu ficar lembrando todo mundo”, diz em determinado episódio -. E claro, aparece ela “sofrendo”, tendo cuidados especiais com a voz e os joelhos. Afinal, ela é seu o trabalho. E claro, mostra o lado brincalhão dela, afinal, ela precisa ainda aparecer como gente como a gente. Exceto quando compra um carrão para o pai, daí ela volta a ser popstar. Aí rola uma pequena ostentação, que é quebrada pelo fato dela se casar sem cerimônias, no meio da Amazônia, apenas com a presença de um índio “dando a benção”.

Feito especialmente para reforçar a marca Anitta, a série documental não traz nada de muito especial. Nada que algum outro artista não tenha feito. Tem um público certo e cativo, mas mostra que a cantora realmente não veio a passeio. Tem ambições, estratégias definidas e não vai se contentar com o sucesso de agora. Eu apostaria que Vai Anitta terá novas temporadas.

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