Crítica

Uncoupled é Neil Patrick Harris todinho (e isso é perfeito!)

A premissa de “Uncoupled” (algo como “Descasados”, em português) já me pegou na hora em que li a sinopsse. Nesse momento já imaginei que essa nova produção original Netflix seria, no mínimo, uma boa diversão de final de semana.

“Uncoupled” traz a história de Michael Lawson (Neil Patrick Harris), um corretor de imóveis de Nova York que após 17 anos de relacionamento, leva um pé na bunda do seu namorado, Colin (Tuc Watkins, que eu reconheço de Desperate Housewives, mas que também esteve em A Múmia) sem nenhuma explicação aparente. E, para piorar, a revelação acontece durante a festa surpresa de 50 anos que Michael preparou para Colin.

E agora? Como lidar com o fim de uma relação tão longa? Como se preparar para um novo amor? O que é Grindr?

Essas são algumas perguntas que Michael se faz logo no início da série e que vai buscando as suas respostas ao longo de oito episódios de 30 minutos.

Uma comédia romântica divertida e sensível, Uncoupled foi além da boa diversão de final de semana que eu imaginava, ganhando um espaço especial em meu coração. 

A série acerta ao tornar extremamente relacionável a situação do nosso protagonista, que, após o término, stalkeia o ex nas redes sociais, que proíbe os amigos de conversarem com Colin e que passa por um bom número de situações constrangedoras enquanto volta a se relacionar com outras pessoas.

Os tombos, porres, foras, perrengues e parceiros sem noção que aparecem no caminho de Michael com certeza vão trazer boas gargalhadas, além de despertar em muitos memórias do passado (ou presente) da solteirice.

Tudo fica ainda mais especial com a presença dos personagens secundários, que abrilhantam e complementam a jornada de Michael, enquanto também possuem seus próprios espaços em tela e momentos de crescimento pessoal.

Esse é um ponto essencial para mim hoje em dia, em qualquer produção (mas, especialmente, em séries). O desenvolvimento dos personagens é um dos pilares mais importantes na construção de uma obra, independente de seu gênero. E “Uncoupled” se saiu muito bem nesse quesito.

Neil Patrick Harris e Tisha Campbell são parceiros de trabalho e melhores amigos em “Uncoupled”

Ao lado de NPH e Watkins, também temos no elenco Tisha Campbell (a Janet de “Eu, a Patroa e as Crianças), como a melhor amiga e parceria de trabalho de Michael, Suzanne; Brooks Ashmanskas (de The Good Wife), como Stanley, um galerista conceituado e amigo de longa data, e Emerson Brooks (da série MacGyver), como Billy, grande amigo assim como Stanley. E, claro, não posso deixar de mencionar Marcia Gay Harden (de How to Get Away With Murder e da saga Cinquenta Tons), que interpreta Claire, uma milionária com um temperamento difícil, que foi deixada pelo marido e que encontra em Michael, além de um corretor, um grande amigo, em uma situação de vida parecida.

Todos esses elementos se encaixam perfeitamente, trazendo consigo bagagens próprias que acrescentam na trama, como o envelhecimento, a sexualidade, a amizade, a busca por amor, a maternidade solo e muito mais.

Apesar de muitas obras já terem sido centralizadas em corações partidos e na jornada de personagens pela sua nova vida, Uncoupled acrescenta ao gênero por conta da temática LGBTQIA+ e protagonismo gay, em suas diversas formas e, é claro, pelo carisma sem fim de Neil Patrick Harris.

Confesso que só uma coisa faltou, em minha opinião: um número ou momento musical de Neil, que tem uma voz maravilhosa.

Do mesmo criador de Sex and The City, Barrados no Baile e do recente sucesso (também da Netflix) Emily em Paris, Darren Starr, Uncoupled tem tudo para seguir por vários anos como figurinha destaque da plataforma. Além de ter como argumento todos os pontos positivos citados acima, a série ainda deixou em aberto diversos questionamentos intrigantes para uma segunda temporada e eu não posso deixar de torcer para que isso se concretize.

A Vigília recomenda!

Veredito da Vigilia

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