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Uma Aventura Lego 2, uma volta pouco triunfal | Crítica

Em 2014 a dupla Phil Lord e Christopher Miller surpreendeu o mundo com a animação Uma Aventura Lego. Em uma aposta certeira, eles escreveram e dirigiram uma dos melhores longas de animação da época, mostrando ao mundo que as pecinhas e brinquedos de montar podiam ser muito mais do que o mundo espera. A continuação do sucesso veio com Lego Batman – O filme, outro acerto estrondoso. Ou seja, Uma Aventura Lego 2 era uma questão de tempo. E claro, a continuação chegou. No Brasil ela estreia dia 7 de fevereiro, com um importante legado a ser mantido. Mas a verdade é que a volta dessa vez não é tão triunfal.

É bem verdade que desta vez a dupla não assina a direção, que ficou a cargo de Mike Mitchell. Mas o DNA segue (e a exigência também). Com uma história bem padrão, nem tão surpreendente, nem tão ruim, Uma Aventura Lego 2 traz o mesmo elenco (Chris Pratt, Elizabeth Banks, Will Arnett, Alison Brie) para remontar seus papéis. Principalmente em Emmet (Pratt) e Lucy (Elizabeth). Desta vez, depois de celebrar sua vitória contra o vilão que quase acabou com a cidade no primeiro filme, Emmet e Lucy se deparam com uma ataque voraz de peças invasoras. Tudo traçando um paralelo entre dois irmãos que precisam dividir e conviver com seus brinquedos no mundo real. O mais esperto já vai entender o início e o fim do roteiro em poucos minutos. E essas peças transformam a cidade próspera das pecinhas em uma clássica cidade de um futuro distópico, no melhor estilo Mad Max.

É nessa retomada que a base de Batman (Arnett) é invadida. Os personagens mais importantes da história são levados para uma cerimônia de casamento forçado. Caso esse casamento se concretize, tudo vai virar cinzas no Apocalipse para as pecinhas. Mas, no futuro, veremos que não é bem assim. Estabelecido o conflito entre pecinhas do adolescente versus pecinhas da irmã caçula, entramos em uma aventura pouco inventiva, apesar de um turbilhão de referências ao mundo pop do cinema. A melhor piada do filme envolve o conflito Marvel vs. DC. Fique esperto.

Tudo vai se contando da forma mais clássica e tal como conhecemos nos filmes anteriores, mesclando aventura, musical e comédia. Porém, tudo com doses menos caprichadas. O maior termômetro em uma sessão como essa é a quantidade de vezes que as crianças riem na sessão. E nesse quesito, Uma Aventura Lego 2 deixou muito a desejar. Foram poucos os respiros em que se pôde ouvir algum esboço de gargalhada. Sabe aquela animação que você tem certeza que vai agradar grandinhos e pequeninos? Pois é, não foi dessa vez. E em se tratando de uma grande produção do gênero, isso fica ainda mais grave.

As pecinhas são unidas e fazem de tudo para defender a cidade!

Mesmo nas idas e vindas e pretensas viradas de roteiro ao final de tudo, fica aquela sensação estranha de que algo está faltando. Capricho, carinho com o roteiro e sair da mesmice e de roteiros que se mostram óbvios logo de cara foram aspectos que fizeram muita falta para Emmet e Lucy novamente se consagrarem nas telonas. Nem mesmo as piadas para os velhinhos fizeram tanto efeito (e olha que foram feitas em um número bem considerável). Phil Lord e Christopher Miller que entregaram Homem-Aranha no Aranhaverso, uma das melhores animações de todos os tempos ali em janeiro, voltam já em fevereiro com um trabalho bem abaixo. Até mesmo para as crianças.

Veredito da Vigilia

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