Última temporada de Castlevania é um evento épico

Os produtores da animação de Castlevania podem descansar tranquilos, sabendo que fizeram um ótimo trabalho na quarta e última temporada da série, que estreia na Netflix no dia 13 de maio. A cada novo ano, o programa ganhava mais espaço, propiciando mais episódios e aumentando a sua complexidade e qualidade, como se fosse um bom vinho (ou vampiro) que melhorava com o passar do tempo. 

Para concluir a história do descendente da família de caçadores de vampiros, Trevor Belmont, a Frederator Studios animou com ainda mais capricho o roteiro idealizado pela mente de Warren Ellis e baseado no game Castlevania III: Dracula’s Curse, da Konami. São mais cores, detalhes e fluidez nos movimentos do que visto anteriormente nas três temporadas. Por termos dez episódios desta vez (nos dois primeiros anos tivemos menos capítulos), todos os núcleos puderam ter a sua devida atenção, fechando todas as lacunas e respondendo as questões levantadas desde 2017, fechando um ciclo de maneira redondinha e coerente. 

Na quarta temporada de Castlevania, vemos que Vlad Drácula Tepes não morreu (no maior estilo Elvis Presley). Bom, ele foi exterminado, é bem verdade, mas ainda segue vivo em muitos corações de adoradores antigos e claro, vampiros que necessitam trazer de volta seu “amo e senhor”. É nesse contexto que Trevor Belmont e a maga Sypha Belnades seguem as pistas de acontecimentos estranhos (ainda mais bizarros dos que eles estão habituados) e vão parar na cidade de Targoviste, onde humanos ainda residem, mesmo depois de toda a destruição causada por Drácula. 

Paralelo a isso, vemos os outros núcleos que se formaram após a morte do vampirão supremo e como eles estão se preparando para grandes acontecimentos. A vampira Carmila pretende dominar todas as pessoas, mesmo que suas outras irmãs não saibam da totalidade dos seus planos. É nesse núcleo que Hector, um dos forjadores de criaturas da noite está aprisionado, mas parece estar escondendo alguma coisa. Seu antigo companheiro de forja, Isaac, está criando o seu próprio exército de monstros e também ressignificando muitas coisas em sua vida. Os dois ex-lacaios de Drácula têm ótimos momentos filosóficos na animação, ganhando muito mais espaço nessa temporada. 

O último núcleo é onde está o dampiro (híbrido de Humano e Vampiro) Alucard, o filho de Drácula. Depois de herdar o castelo do paizão e não saber o que fazer da vida, o cara encontra um propósito ao atender um chamado de ajuda de um vilarejo que está sob ataque de criaturas da noite. Ainda nesse ambiente, temos mais uma vez a participação do Conde de Saint Germain, um personagem histórico que realmente existiu e aqui apresenta ainda mais conceitos sobre a Alquimia, bem como foi visto na terceira temporada. 

Separar os personagens em setores e depois fazê-los participarem de um evento épico, – como citado durante a própria animação -, faz com que o ritmo da trama de Castlevania seja bem dinâmico. Por ter esse clima sombrio, já que estamos vendo uma história sobre vampiros, o humor aparece em pontos certeiros, dando aqueles respiros necessários. Outro fator, que já era presente nos episódios anteriores, se intensificou nesta quarta temporada: as cenas de batalha. Praticamente em todos os dez capítulos temos momentos grandiosos, com lutas envolvendo diversos adversários simultaneamente, fazendo jus a inspiração da série em um game. O gore também é muito presente, ganhando de longe, o prêmio de temporada mais sangrenta! 

Castlevania é uma daquelas séries que leva a sério todo o trabalho envolvido na produção, resultando em uma produção que dá gosto de assistir, devido a sua qualidade gráfica e de enredo, fazendo com que a gente se apegue aos protagonistas e suas motivações. Em tempos de séries boas com finais ruins, Castlevania se destaca por encerrar na hora e do jeito certo.