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Thor: Ragnarok | Tudo com Spoilers

Então, se você já encarou as primeiras sessões, ou simplesmente não liga para os temidos spoilers, seja bem-vindo. Chegou a hora de dissecar Thor:Ragnarok com todos os detalhes possíveis. O filme cheio de comédia e ação da Marvel mostrou que cores e alto astral podem sim basear um mundo cheio de fantasias sem medo de se descolar totalmente das páginas dos quadrinhos. Não foi a toa que alguns dos melhores filmes de super-heróis dos últimos anos abraçaram o bom humor sem vergonha nenhuma: Deadpool e Homem-Aranha: De Volta Ao Lar, principalmente.

 

O início

Logo de cara Thor encara Surtur, interpretado por Clancy Brown, que já trabalhou em várias dublagens de animações da Marvel, além de dar voz ao Sr. Siriguejo de Bob Esponja e participar também do desenho Star Wars Rebels. Dando um show de pancadaria com seu Mjolnir, ele resgata a arma principal do inimigo e entrega para Odin, que na verdade é Loki (Tom Hiddleston). E para a surpresa de todos ele está assistindo a uma encenação teatral de “O Sacrifício de Loki”. Basicamente o próprio Loki criou uma imagem de mártir para ser adorado pelos asgardianos. O mais legal é que o Loki da peça é interpretado pelo astro Matt Damon. Na peça vemos ainda Sam Neil (de Jurassic Park) como Odin. Ele também trabalhou com Taika Waititi em A Incrível Aventura de Rick Baker. A cena é curta, mas o suficiente para fazer todos rirem e tem uma referência direta dos quadrinhos, da época em que Thor foi transformado em um SAPO! Essa é pros iniciados! Completa a peça Luke Hemsworth, irmão mais velho de Chris, fazendo o papel do próprio Deus do Trovão. A celebração termina com uma excelente tática como fazer Odin/Loki ser desmascarado.

Outro detalhe importante: Quase toda a família de Chris Hemsworth está na produção, seja com uma ponta ou com uma figuração. As filmagens ocorreram na Austrália, no maior clima de família reunida.

A Procura

A descoberta faz com que Thor busque pelo verdadeiro Odin (Anthony Hopkins), que Loki trouxe para a Terra. Para isso, ele recebe ajuda de Stephen Strange, o Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), nas cenas complementares que já vimos no filme do mago. Aqui, mais umas boas piadas com portais, cerveja e um guarda-chuvas (que lembra o cajado usado pelo alter ego de Thor nos primórdios dos quadrinhos, Dr. Donald Blake). Doutor Estranho leva Loki e Thor para o encontro com seu pai. Mas antes, Loki vai ficar caindo no infinito por trinta minutos.

O confronto

Após o reencontro com Odin, os irmãos são informados da profecia do Ragnarok. Odin deposita sua fé em Thor, diz que vai reencontrar sua esposa (rip) e abre caminho para a volta de sua filha, banida há muitos anos: Hela (Cate Blanchett). E ela vem com tudo, despedaçando Mjolnir como se fosse papel e lançando Loki e Thor para outros locais através do transporte da Bifrost. Aqui temos uma mudança bem significativa, e talvez proposital dos produtores. Nos trailers, Hela despedaça o Mjolnir em um cenário urbano que remete Nova Iorque, nos Estados Unidos. Mas no filme, a cena se passa em um penhasco na Noruega. Com o transporte da Bifrost, Hela chega em Asgard, e os irmãos em Sakaar.

Sakaar e Asgard

É com a chegada de Thor e Loki em Sakaar e Hela em Asgard que começa o show de detalhes, cores, easter-eggs e referências ao Universo Marvel. Thor percebe que Mjolnir não virá mais até ele, e acaba sendo preso pela Coletora 142, que é Valquíria (Tessa Thompson). Ele é levado ao Grão-Mestre (Jeff Goldblum), que define que ele, para sair, vai precisar lutar contra seu grande campeão. Mas antes disso, nossa lenda viva Stan Lee vai lhe cortar os cabelos, na clássica participação bem-humorada do The Man. E nem adianta tentar ameaçá-lo. É interessante reparar que, diferente dos trailers, a torre onde vive o Grão-Mestre tem em seu entorno cabeças bem mais definidas de personagens como Bill Raio Beta, Bi-Fera, Ares e Homem-Coisa. Um belo easter-egg que fica até mais fácil de perceber.

Já em Asgard, Hela mata (isso mesmo, passa a faca na galera) os amigos clássicos de Thor. Entre eles Volstagg (Ray Stevenson), Fandral (Zachary Levi) e Hogun (Tadanobu Asano). Sentimos a falta de Lady Sif (Jamie Alexsander) que não deu as caras, mas pelo menos não foi dessa pra melhor. Quem sabe ela não é melhor aproveitada no futuro (#ficadica). Já nos palácios de Odin, Hela toca o terror e derruba a MANOPLA DO INFINITO. “Tudo fake”, ela diz, ou “Muito fraco”, comenta ela passando pelo Tesseract! Os marvetes piram!

Thor x Hulk

Uma das cenas mais legais acaba ficando sem grande brilho no filme. Explico: todo mundo já tinha visto mil vezes o embate de Thor e Hulk na Arena. E a cena, apesar de maior, é basicamente o que tínhamos nos trailers. A novidade são os grandes poderes de Thor. E quem duvidava que ele realmente podia derrotar o Hulk, tem uma bela surpresa. Mas claro, aqui temos a continuação de uma piada que começa um pouco atrás quanto Thor é capturado. Toda vez que ele se rebela, ele leva o choque do disco de obediência implantado em seu pescoço. E o choque vai comer solto durante sua estadia em Sakaar.

Antes de enfrentar o Gigante Esmeralda, Thor ainda conhece Korg (Taika Waititi) que questiona o tipo de arma que ele vai escolher para o combate. Ao mesmo tempo, Korg recorda que seu amigo Doug não sobreviveu para contar história dentro da Arena. Nesse momento, ele diz que tem uma arma que pode matar três vampiros que moram juntos, uma clara referência a “O que fazemos nas sombras”, filme de Taika, que é uma espécie de documentário sobre a vida de vampiros que dividem uma casa. E ali ele também questiona a relação quase “mais do que afetiva” de Thor Odinson com seu martelo.

As referências e easter-eggs continuam com o reencontrado Quinjet dos Vingadores. A nave que trouxe o Hulk até ali. Quando Thor chega até ele para tentar escapar de Sakaar, ele não consegue acesso com sua digital. Hulk chega destruindo a aeronave com sua falta de noção e vemos a gravação da Viúva Negra (Scarlett Johansson), que traz Bruce Banner de volta. Mas ele vai ter que usar as apertadas roupas de Tony Stark para não ficar pelado por aí. Aliás, temos uma divertida cena de nu traseiro do Hulk neste filme também. Daqui pra frente, cenas muito boas com Mark Ruffallo e Chris Hemsworth como uma dupla perdida em Sakaar.

Final

O arco final do filme é ao mesmo tempo apoteótico e um pouco preguiçoso. O time completo (Thor, Hulk, Loki e Valquíria) parte para combater Hela e impedir o Ragnarok. Aí vem aquela clássica pergunta: “E você, é deus de o quê mesmo?”. É a deixa para Thor vir encarnando o verdadeiro Trovão (ou seja, temos mais um filme de super-heróis com o fatídico “raio azul”). No confronto com Hela, somos surpreendidos com uma ação que vai ser interessante ver no futuro do universo Marvel. Hela simplesmente decepa o olho direito do filho de Odin, que, apesar de mostrar todo seu poder, apela para que Loki traga Surtur de volta para, numa missão quase suicida, livrar o que restou de asgardianos embora em uma nave. Aqui temos também o confronto de Hulk contra Fenrir (o lobo gigante), mas que acaba não sendo um grande embate. Tudo, como o filme inteiro, regado a piadas, das mais aleatórias. O Executor muda de lado e Heimdall comanda seus aliados para a fuga do planeta que vai explodir.

O plano surte efeito e Asgard está muito destruída. O que dá direito a mais uma piada de Korg. “Embora tudo tenha explodido, ainda há alicerces para que se possa reconstruir este planeta”. Terminada a frase, Asgard explode e, literalmente vira pó. Pausa para risos.

Aqui fica uma dúvida que terá que ser explicada no futuro. Com a explosão de Asgard, tudo foi dizimado, inclusive o Tesseract, uma das Jóias do Infinito. Como isso será explicado no futuro, ainda não sabemos.

Fim de papo, até vir a primeira cena pós-créditos. Quando Thor, Loki e Korg acham que terão uma chance para recomeçar, dão de cara com, nada mais, nada menos, que a nave de THANOS. Pausa dramática. E que subam os créditos gerais.

Cena final: voltamos para Sakaar, que passou por uma revolução após a fuga de Thor. Com isso, todos estão caçando o Grão-Mestre, que faz mais uma piada, para que assim, todos possam sair do cinema. 

 

Em tempo: as piadas com o Grão-Mestre não foram as nossas favoritas, inclusive essa escolhida para o fim do filme.

 

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