Thor: Ragnarok é diversão e uma explosão de cores | Crítica Sem Spoilers
Uma das estreias mais aguardadas do ano chega ao Brasil na quinta-feira, dia 26 de outubro. Thor: Ragnarok, o terceiro longa do Deus do Trovão da Marvel assume a zoeira e abraça de vez a comédia, entregando um filme colorido, direto e diferente do que estávamos acostumados até agora. Embora não tenha o impacto de toda a campanha que girou em torno de sua divulgação, ele é a certeza de duas horas e meia de entretenimento da melhor forma. E quem é fã e acompanha de perto a cartilha das produções do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM) já sabe, é tudo graças ao diretor Taika Waititi e um elenco de primeira.
O que temos em Thor: Ragnarok foi um pouco do que vimos em Thor: O Mundo Sombrio. A diferença é que em 2013 não se tinha aquela convicção do que estava sendo feito com um mundo que misturava deuses de Asgard e os meros mortais da Terra. Ali já tínhamos muito humor, e se notava uma busca por um tom ao personagem, que nos quadrinhos sempre foi mais relacionado a uma perspectiva Shakespeariana, com falas rebuscadas e um senso dramático de heroísmo. Mas tudo mudou com a Marvel colocando um diretor neo-zelandês que veio de trabalhos excêntricos como ‘O que fazemos nas Sombras’ e ‘A Incrível Aventura de Rick Baker’ (a Vigília indica os dois filmes) no comando. Portanto, o filme já começa com o acelerador da comédia pisando fundo desde a primeira cena.
Como nos quadrinhos, Ragnarok significa o fim de tudo para quem vive em Asgard. E antes de disso, se você está perdido na cronologia dos filmes da Casa das Ideias, é importante resgatar. A aventura conta o que acontece com Thor e justifica sua ausência durante os eventos de Capitão América: Guerra Civil e pós Vingadores: A Era de Ultron. Sem grandes delongas, o personagem de Chris Hemsworth diz que está vagando em busca das Jóias do Infinito, mas não tem obtido muito sucesso. Ao escapar de um inimigo voraz, logo de cara ele descobre o que seu irmão Loki (Tom Hiddleston) fez ao final de Thor: O Mundo Sombrio. E na volta para sua terra natal, ele já terá algumas surpresas (e o público também). Na busca por Odin (Anthony Hopkins) ele recebe a ajuda do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) e vai confrontar com Hela, a deusa da morte, interpretada pela sempre excelente Cate Blanchett.
O que marca a nova pegada da Marvel com Thor é o ritmo. O tempo passa sem percebermos e a cada momento temos uma cena engraçada. Depois de perder o martelo Mjolnir e ser jogado no planeta Sakaar (isso não é spoiler, está em todos os trailers) o Deus do Trovão vai encarar ninguém menos que seu amigo de Vingadores, o Hulk. Abre-se ainda mais o leque para piadas e novos personagens, como o Grão-Mestre, com Jeff Goldblum, e a Valquíria, com uma Tessa Thompson que rouba a cena e surpreende em suas ações. Adicione aí o personagem Korg, feito pelo próprio diretor Taika Waititi, que entrega ainda mais humor fazendo piadas até de seus filmes anteriores. O festival de cores e humor fica tão frenético que até mesmo Bruce Banner (Mark Ruffalo) terá seus momentos. Destaque também para o enredo, que faz com que Chris Hemsworth seja sempre o protagonista, mostrando que sim, a comédia é um de seus fortes.
Já a caixa de brinquedos do diretor Taika é extensa. Tão extensa quanto a lista de personagens. Outro ponto positivo é que ninguém é jogado na tela sem necessidade. Todos os atores, sejam heróis ou vilões estão lá para completarem e fecharem suas sub-tramas. E nesse caso temos alguns descartes surpreendentes de asgardianos tão logo Hela chega mostrando sua força. E o mais engajado vai sentir falta de uma personagem que esteve nos dois filmes anteriores, mas que dessa vez não deu as caras. Ou talvez até duas delas, mas só uma ganhou uma piada explicativa. Karl Urban, na pele do Executor (Skurge) cumpre uma tarefa interessante, assim como o astro Idris Elba que volta como Heimdall.
Mas nem tudo são flores e cores em Thor: Ragnarok. Se uma trama com tantos ingredientes prometia, o fato de os trailers terem entregue quase toda a história acaba tirando um pouco do brilho de muitas piadas. A cena do encontro de Thor com o Hulk, alguns flashes e soluções que seriam incríveis acabam sendo momentos que passam sem tanto peso, pois já foram jogados ao mundo com exaustão. Há momentos em que as campanhas de marketing dos filmes acabam realmente atrapalhando a experiência. Mas enfim, sabemos que em Hollywood a preocupação é pagar as contas, acima de tudo, enchendo os bolsos. Inevitavelmente vai chegar aquele momento do filme que você vai pensar, puxa, mas isso tudo eu já sabia e já tinha sido entregue.
Obviamente você vai sair da sessão de Thor: Ragnarok com um sorriso no rosto e cantarolando Immigrant Song, do Led Zeppelin. É claro, isso somente depois das clássicas cenas pós-créditos, a marca registrada da Marvel. E nesse caso são duas.
Acho que o desafio da crítica sem spoilers foi alcançado! Aguarde que teremos outro texto entregando todos os segredos, spoilers, participações especiais e os clássico easter-eggs. A Vigília Não Para!