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The Umbrella Academy volta impecável | Crítica

A segunda temporada de The Umbrella Academy chega para resolver várias “saudades” de uma vez só. Vamos a elas: viagem no tempo (lacuna deixada por Dark), série de equipe, adaptação de quadrinhos (da Dark Horse, por Gerard Way e Gabriel Bá) e de temporada incrível que a Netflix estava devendo depois de tropeços retumbantes como Warrior Nun e Cursed. Ao dar o play na continuação da saga da família Hargreeves, tenha em mente que você estará diante da melhor temporada produzida pela Netflix em 2020. Será realmente difícil superar. 

Sem medo de traçar elogios, a trama começa exatamente onde terminou. O apocalipse criado por Vanya (Ellen Page) obrigou Cinco (Aidan Gallagher) a viajar no tempo com todos os integrantes. O problema é que o salto temporal levou cada um para um ano diferente na década de 60. E isso vai lhe obrigar a montar um quebra-cabeças ainda maior para a primeira missão, que é reunir todos eles. E de forma brilhante, o primeiro episódio, dirigido por Sylvain White (Slender Man: Pesadelo Sem Rosto), traz uma das melhores coisas que já vimos na série. A Netflix inclusive não se conteve e lançou a cena antes mesmo da estreia.

Além da viagem no tempo agora totalmente consolidada na série (a Vigília Pira!), vale a menção para tudo que funcionou na temporada de origem. A ambientação é lindíssima, as cores são marcantes, a fotografia impecável e toda a recriação do universo dos quadrinhos é digna de case de sucesso na TV. A família problema agora funciona ainda melhor, pois já conhecemos os personagens e eles realmente cresceram com tudo que passou até agora. Até mesmo Klaus (Robert Sheehan) para quem eu sempre torci o nariz consegue dar a sua volta por cima, não soando tão teatral quanto anteriormente e melhorando sua relação com o espírito do irmão Ben (Justin H. Min). Os problemas criados para Diego (David Castañeda) o colocam na trama de forma importante, e sua dobradinha de heróis sem cérebro com Luther (Tom Hopper) está afiadíssima. Vanya e Allison (Emmy Raver-Lampman) também brilham quando precisam brilhar.

The Umbrella Academy: será que eles terão problemas nessa temporada?

Aliás cabe ao protagonismo feminino dessas duas as cenas mais marcantes (alguns dirão lacradoras, no melhor sentido da expressão) no quesito ensinamentos. Como estamos na década de 60, temos o contexto de uma sociedade ainda mais racista e preconceituosa. E são as sub-tramas das duas que vão nos trazer pautas importantes que refletem ainda na atualidade: a perseguição ao povo negro e a não aceitação pela democracia de diversidade e orientação sexual, com rápidas passadas por situações de família com jovens com necessidades especiais. Tudo isso, ainda com o pano de fundo dos Estados Unidos da era J. F. Kennedy e a Guerra Fria contra a Rússia. Toda essa construção temporal é digna de aplausos, com transições entre realidade e ficção que são de cair o queixo.

A questão racial também bateu forte em The Umbrella Academy

Faltou alguma coisa? Ah, claro, a treta maior entre The Umbrella Academy e a Comissão segue sendo a trama principal, fora o fato de que eles novamente tentarão impedir o apocalipse, que sim, é da mesma forma, responsabilidade da integrante over power do grupo, Vanya. É no enlace com a Comissão que temos ainda acréscimos importantes no elenco, como o trio sueco de assassinos (que vai lembrar Dark também) e a anti-heroína Lila (Ritu Arya) que terá seu affair com Diego, e Herb (excelente atuação de Ken Hall). E claro, temos ainda a costura de tudo com o Sr. Hargreeves (Colm Feore) e o já esperado retorno de Pogo (Adam Godley), afinal, viagem no tempo está aí para explicar qualquer coisa que possa ser improvável.

Gostosa de assistir, fluída e dinâmica, a segunda temporada de The Umbrella Academy surge como quase impecável. Acertando no tom da ação, do humor, da tensão e claro, da trilha sonora que vai garantir videoclipes incríveis para as redes sociais da Netflix. Está tudo no lugar. Por isso, vai ganhar sim, as minhas cinco estrelas.

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Veredito da Vigilia

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