Séries

The Umbrella Academy: primeiras impressões

The Umbrella Academy, uma adaptação dos quadrinhos para as telinhas está chegando ao mundo. A novidade estreia com todos os seus 10 episódios na Netflix no dia 15 de fevereiro. E ela vem com classe, cheia de estilo, ‘diferentona’ de tudo que já vimos. Em primeiro lugar porque tem uma origem alternativa, que sai do quase monopólio de Marvel e DC Comics. E isso é ótimo.

A história é baseada nas HQs homônimas publicadas pela Dark Horse e criadas por Gerard Way (aka líder do My Chemical Romance) e ilustradas pelo brasileiro Gabriel Bá. Fica desde já a indicação das histórias em sua mídia original, que valem muito em função da mescla criada por esta dupla. Mas é claro, a série não é exatamente igual.

O primeiro episódio já mostra o capricho da produção

Adaptar The Umbrella Academy em uma série de TV exigia uma produção grandiosa. E assim foi. A qualidade da fotografia, cenografia, figurino, uso de cores e efeitos especiais está muito acima da média para o que estamos acostumados com a Netflix. Tudo combinando muito com o traço de Gabriel Bá. The Umbrella pedia algo assim. Dá pra comparar um pouco com o que tivemos com Legion, na FX. Se você conhece os quadrinhos, é quase obrigação dar o play.

Embora tenhamos personagens adaptados, a essência do original prevalece, dando à série a possibilidade de surpreender. A trama de origem, onde no mesmo dia mulheres (sem qualquer ligação entre si) e sem nenhum sinal de gravidez deram à luz 43 crianças ao redor do mundo é contada com maestria, com o uso da trilha sonora em uma abertura quase que impecável. Sete dessas crianças são adotadas por Reginald Hargreeves (Colm Feore). Todas elas têm um dom especial, exceto uma. E com elas, o bilionário maluco cria a Umbrella Academy para “salvar o mundo”. O grupo faz sucesso, mas nunca teve uma relação saudável dentro da família, tudo em função da avareza e disciplina quase militar de Hargreeves.O clássico pai que ninguém queria. E é claro que essa ideia traz muitos problemas, inclusive mortes.

Ellen Page é Vanya, e sim, o Macaco está usando paletó.

Os personagens estão bem amparados. Tom Hopper (Black Sails e Game Of Thrones) é o fortão Luther, talvez o mais difícil de recriar visualmente, mas que ficou bem resolvido com uma maquiagem que deve ter dado trabalho. David Castañeda (Sicário: Dia de Soldado) é Diego, Emmy Raver-Lampman é Allison, Robert Sheehan (Máquinas Mortais) é um teatral Klaus – talvez o personagem mais chato -, Aidan Gallagher é Número Cinco, o viajante no tempo, Ellen Page é Vanya e Adam Godley é o símio Pogo (foto). Todos cumprem o papel de filhos mimados e chatos, que nunca se dão bem. E isso dá o clima da série do início ao fim, o que pode ser enjoado durante uma provável maratona. Eles oscilam idas e vindas na trama, assim como na linha temporal, quando vemos o grupo agindo ainda criança.

Vale destacar que The Umbrella Academy desde sua gênese é uma subversão dos grupos de super-heróis, então não espere nada na linha “padrão” Marvel e DC. E essa subversão é o que torna a série tão especial. Uma boa trilha sonora também está presente em todos os episódios, dando um pouco mais de fluência para a trama. Outro detalhe interessante é a forma como cada episódio inicia, sempre com um detalhe caprichado para apresentar o logotipo da série.

Com quase toda a trama concluída – a Netflix nos privou do último episódio para aumentar nossa ansiedade pela nota final – já dá para cravar que The Umbrella Academy tem tudo para ser uma das grandes séries do ano. Uma ótima adaptação, com boa história para quem gosta de dramas ficcionais, humor ácido, ação e alguma violência. É quase certeza que teremos uma segunda temporada. Gerard Way e Gabriel Bá devem estar muito satisfeitos!

A nota vem depois do episódio final!

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