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The Mandalorian: a salvação de Star Wars

Você já deve ter lido ou ouvido em algum lugar que The Mandalorian é a melhor coisa de Star Wars desde a trilogia original, não é mesmo? Bom, pelo menos em live-action, a premissa é muito verdadeira. E agora, com a chegada da Disney+ na América Latina, os fãs brasileiros poderão curtir as aventuras de Din Djarin (Pedro Pascal) protegendo “a criança”, ou, o já dono da internet, Baby Yoda. Tudo isso no melhor estilo “Lobo Solitário no Faroeste”, comandado por quem entende do traçado: Jon Favreau (tem lista especial dele aqui) e Dave Filoni, o responsável pelas melhores animações da galáxia criada por George Lucas nos anos 70.

Depois dos tropeços das trilogias prequel (anos 2000) e a mais recente (com o Despertar da Força, Os Últimos Jedi e A Ascensão Skywalker), a presidente da LucasFilm, Kathleen Kennedy não poderia errar. Ah, precisamos contar ainda Rogue One (ótimo, mas sem tanto barulho) e o “fracasso” de Solo. O resgate de Star Wars, que parecia promissor estava escapando aos dedos e formando uma base bem tóxica entre os fãs. Isso ajudou a cultivar a máxima de que “mais chatos que os fãs de Star Wars, só os fãs de Star Wars”. Mas Favreau, que basicamente deu todo o tom do Universo Marvel dos Cinemas (MCU) com Homem de Ferro 1 e 2, mostrou o porquê ganhou a nossa lista. Sem grandes complicações, ele arquivou (ou quase isso) os temas mais recorrentes em Star Wars, como os “Jedi”, família Skywalker e afins, e tratou de simplificar. The Mandalorian é a história de um caçador de recompensas que vive sob a guilda dos Mandalorianos. Um grupo de “pistoleiros” envoltos por Beskar (o metal que condiciona suas armaduras e capacetes) e que remonta o visual incrível de Boba Fett, um personagem icônico da saga, mas que nunca foi lá tão importante e também era motivo de piada entre o fandom.

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O visual incrível de Boba Fett herdado por um personagem mais carismático.

A simplificação é tanta (e aqui menos é mais é uma regra), que mesmo Pedro Pascal, o ator que vive o protagonista, sequer participa de todas as gravações, se valendo apenas de dublagens para algumas cenas, tendo em vista que os mandalorianos não podem mostrar seus rostos. Quem também eleva o tom em The Mandalorian é o seleto grupo de convidados. Temos diretores como Taika Waititi (Thor: Ragnarok), o próprio Dave Filoni, Bryce Dallas Howard, Deborah Chow e já na segunda temporada Robert Rodriguez, o próprio Favreau (num episódio incrível) e Peyton Reed (de O Homem Formiga). Além é claro, de grandes atores: Gina Carano, Nick Nolte, o próprio Taika Waititi, Ming-Na Wen (de Agents of S.H.I.E.L.D.), Werner Herzog, Giancarlo Esposito e Carl Weathers (nosso eterno Apollo). Já na segunda temporada Timothy Olyphant e o retorno impactante de Temuera Morrison. Em determinados momentos, os créditos do episódio vão subir e você verá poucos atores/personagens sendo mencionados. Tudo caminha de maneira fluída e divertida sem querer soar maior do que é – algo que as trilogias mais novas não conseguiram.

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A simplicidade aparece também na falta de compromisso em estabelecer uma continuidade forçada na própria série. The Mandalorian tem histórias episódicas, que pouco acrescentam na evolução de uma grande narrativa, mas, mesmo assim, conseguem ser divertidas apenas colocando mais desafios ao protagonista – nota do editor: ok, reconheço que isso pode até incomodar algumas pessoas! -. É uma forma de resgatar até mesmo uma inocência perdida na primeira trilogia. Aliás, o fato de ter uma trama se passando entre O Retorno de Jedi e O Despertar da Força, ajuda nisso. O nosso mandaloriano passeia basicamente em visuais e planetas clássicos, criados na década de 70, e mescla efeitos visuais práticos com projeções de fundo que garantem um visual muito bonito. Tudo isso melhorado ainda mais com aquele tempero que é colocar easter-eggs e referências que os fãs da saga vão adorar.

Por tudo isso, The Mandalorian provavelmente seja a produção mais assistida com a estreia da Disney+ no Brasil. Faltou alguma coisa? Ah sim, a trilha sonora também é incrível!

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