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The Legend of Vox Machina: o RPG que virou animação

Nova animação para adultos na área. Em The Legend of Vox Machina, que chega na sexta-feira, dia 28 de janeiro, temos uma nova empreitada do Prime Video da Amazon em um nicho que parece uma obsessão do canal de streaming. Isso porque esse mesmo canal percebeu o sucesso que essas produções podem ter no mundo todo. Ao que tudo indica, eles miram histórias que possam em algum momento convergir com The Boys e Invincible/Invencível, para ficar nos exemplos mais fortes. A diferença agora é que temos gore, sangue e violência misturadas à magia e um mundo encantado de capa e espada, no mais alto nível de construção de um grande RPG.

Não por acaso, The Legend of Vox Machina é uma criação da Critical Role e Titmouse, e tudo é baseado nos personagens e aventuras da primeira campanha RPG de mesa transmitida pelo canal (Critical Role). A ideia angariou tantos fãs, que depois de lançarem a ideia no Kickstarter, eles atingiram o marco de projeto mais financiado da história da plataforma de financiamento coletivo.

Bom, feitos todos esses rodeios, vamos ao que interessa. Muito provavelmente The Legend of Vox Machina vai agradar aqueles que já conhecem o RPG e seus personagens. Também deve funcionar para quem gostou de The Boys e Invincible, e, muito provavelmente, vai agradar quem é fã de aventuras que misturam o místico, o medieval e a aventura. Conferi os seis primeiros episódios (de um total de 12) e vi realmente que quase todo o potencial foi alcançado. No entanto, isso não quer dizer que me diverti tanto assim. O fato está no grupo de heróis errantes apresentados, que não tem nada tão inspirador quanto qualquer outro grupo de heróis que já não tenhamos visto. Temos o grandão burro e forte (Grog), os irmãos elfos e ágeis (Vex’halia e Vex’ildan), o gnomo engraçado e conquistador (Scanlan), a gnoma Pike, a meio-elfa e poderosa (Keyleth), e o humano – com um lado sobrenatural – Percival. Ou seja, uma mescla que se impõe a cada grande “supergrupo”.

The Legend of Vox Machina
The Legend of Vox Machina: um grupo de errantes que acha seu potencial em um trabalho que ninguém quer fazer

A pegada de The Legend of Vox Machina fica muito apoiada ao humor de seus personagens (nem todos são engraçados) e as aventuras no reino de Exandria. Logo de cara vemos eles bebendo e puxando briga. Sem ter pra onde ir, eles são recrutados pelo rei para combater um grande mal que pode dizimar os humanos. A partir daí, temos aventuras pontuais do grupo, ao mesmo tempo que temos um arco maior, envolvendo o passado de Percival e um casal de vilões muito poderosos.

Com um visual competente, temos nos duelos e batalhas alguns dos pontos altos dos episódios. Outro apelo visual recorrente, mas que parece muito forçado, são os momentos envolvendo sexo. Infelizmente, esse último parece apenas ser uma bengala ou um argumento para dizer “olha como somos um desenho para adulto”, do que propriamente garantir alguma importância para a trama. Mas, né (?), tem quem goste.

the legend of vox machina
The Legend of Vox Machina: o gnomo é o alívio cômico, mas isso não chega a ser uma boa notícia.

Por trazer uma aventura original e levantada pelos fãs, The Legend of Vox Machina pode sim se tornar um novo grande sucesso da Amazon usando os pretextos de “conteúdo adulto” para uma animação. Apesar de bons e maus momentos, o grupo de errantes ainda fica muito atrás da construção de mundo (e críticas) de The Boys e de seu antecessor Invincible, que também tem um tom muito mais marcante do que humor e violência (e sexo) gratuitos.

A série é estrelada pelos fundadores e membros do elenco da Critical Role, Laura Bailey (The Last of Us: Part II), Taliesin Jaffe (Final Fantasy XIV), Ashley Johnson (The Last of Us), Liam O’Brien (Star Wars: The Bad Batch) , Matthew Mercer (Overwatch), Marisha Ray (Final Fantasy XV), Sam Riegel (Teenage Mutant Ninja Turtles) e Travis Willingham (Marvel’s Avengers). O elenco de Critical Role também atua como produtores executivos na série, ao lado de Brandon Auman (Star Wars: Resistance), Chris Prynoski (Metalocalypse), Shannon Prynoski (Fairfax) e Ben Kalina (Big Mouth).

Vale, no mínimo, dar um play por curiosidade.

Veredito da Vigilia

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