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The Chair: Sandra Oh comanda uma gostosa (e rápida) comédia

Sandra Oh, uma das melhores atrizes da atualidade, é novamente o ponto alto de uma série. Repetindo o carisma de Killing Eve e a competência de Invencível, ela agora chega com a minissérie de comédia dramática The Chair, da Netflix. E contando uma história cheia de pequenas camadas em um ambiente no mínimo fora do convencional, ela leva a produção nas costas, amparada com um igualmente interessante elenco de apoio. Abordando temas atuais, mesmo que só arranhe as suas superfícies, The Chair entrega um produto gostoso de se assistir e acompanhar. São seis episódios de 30 minutos que nos fazem torcer, ficar angustiados, ter a sensação de injustiça, mas no final de tudo, nos proporcionar um belo sorriso no rosto.

É na “cadeira” (que dá nome à série) que vemos a Dra. Ji-Yoon Kim (Sandra Oh) tendo seu reconhecimento e assumindo um posto de primeira mulher sob o comando do curso de Inglês na Universidade de Pembroke. Mal sabe ela que a promoção, em muito pouco tempo, vai lhe causar uma grande revolução na vida pessoal e na carreira, a empurrando para uma espiral de situações das quais ninguém imagina ao escalar na vida acadêmica e profissional. Além de enfrentar o conservadorismo da Universidade, o preconceito por ser uma mulher de descendência sul-coreana, até mesmo seus colegas, antes amigos, a colocarão em situações bem delicadas.

universidade de pembroke em the chair
THE CHAIR e seu elenco primoroso: Randy Kovitz, Richard R. Applegate, Ron Crawford e Bob Balaban

The Chair demora um pouco a decolar, mas depois que os seus protagonistas nos conquistam, a experiência melhora em vários aspectos. É como uma bola de neve que vai aumentando. E essa metáfora da bola de neve vale também para os perrengues que a Dra. Kim vai passar. Nessa linha, vale ressaltar as presenças de Jay Duplass como Professor Bill Dobson, Holland Taylor (Hollywood) como a professora Joan Hambling, Bob Balaban (Assassinato em Gosford Park) como professor Elliot Rentz e Nana Mensah como professora Yaz McKay. Outro bom cartão de visitas de The Chair é ter como showrunner e roteirista a atriz Amanda Peet, e como produtores executivos a própria Sandra Oh, a dupla de Game of Thrones, David Benioff e D.B. Weiss, além de Bernie Caulfield e Daniel Gray Longino.

the chair alunos reclamam
THE CHAIR: Bill (Jay Duplass) vai ter que encarar alunos revoltados depois de um viral na internet

The Chair é simples e eficaz, trabalhando causas como feminismo, fake news, a relação de pessoas mais velhas com as novas tecnologias, sororidade, racismo e terceira idade em um combo quase perfeito. Por mais que você possa torcer o nariz ao ler alguma dessas pautas, você vai entender que nenhuma delas soa forçada, mas tão apenas reconstrói um mundo com as suas peculiaridades mais do que latentes hoje em dia. E no meio disso tudo, uma mulher lutando… remando contra a maré, tendo como um outro importante agravante a filha adotada de apenas 6 anos que insiste em não colaborar muito. Tudo isso, quando colocada sob a ótica da protagonista, é uma mistura muito forte, mas que se ampara nos laços e nas relações pessoais as formas de como é possível administrar tudo isso. 

Além disso tudo, The Chair ainda nos coloca questionamentos como: “o que fazemos?” e “por que estamos fazendo?”. Quais são as nossas escolhas naturais (?) e como o mundo à nossa volta acaba impactando decisões que parecem estar no modo automático. Às vezes, basta voltar para nossa essência, respirar um pouco e perceber que dar um passo para trás não é deixar de evoluir, mas somente uma questão de equilíbrio. 

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