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Talvez uma história de amor: quem é Clara? | Crítica

Essa é uma crítica escrita por Bruna Pacheco em parceira com Tainá Hessler

Para os namorados continuarem o mês de junho no ritmo do Dia dos Namorados, Talvez Uma História de Amor, comédia romântica produzida pela Warner Bros. Pictures e dirigida por Rodrigo Bernardo, baseada no livro francês homônimo, de Martin Page, está chegando aos cinemas no dia 14. O filme é engraçado, tem um romance único que foge do modelo popular (importante!) e vai levar boa parte das pessoas da sala escura às lágrimas.

Talvez Uma História de Amor é como o meme “estava tudo bem, aí não estava mais”. É nessa dinâmica que somos apresentados a Virgílio, interpretado por Mateus Solano, que é muito conhecido por seu trabalho em novelas globais. Virgílio parece ter entrado numa máquina do tempo em 1980 e dado um salto para 2018: a casa dele, a mesa de trabalho, as roupas… Tudo parece que foi tirado da máquina do tempo com ele. Só que ele é feliz assim, até escutar um recado de uma mulher em sua secretária eletrônica dizendo que está terminando com ele.

Clara, a ex-namorada (que não vamos falar quem é porque a experiência de não saber quem é a Clara faz com que o público se conecte ainda mais com Virgílio), termina com ele por telefone. Mas Virgílio sequer consegue se lembrar que ela existe. Assim começa uma busca muito divertida para encontrar Clara, em um grande quebra-cabeças de lugares e amigos.

Um ponto bem importante do filme é o fato de que Virgílio possui algum tipo de distúrbio, como TOC … e tudo na vida dele é igual, feito através de uma lista ou de organizações perfeitamente alinhadas. O que nos leva a conhecer sua terapeuta, Dra. Marcia Bruner que é interpretada pela incrível Totia Meirelles. Além de ser uma parte importante para a resolução do mistério, é sempre bom ter produções que abordam a importância de um tratamento psicológico e psiquiátrico. Sem o personagem da Dra. Marcia Bruner, todo o filme iria ficar muito estranho, porque existem coisas que Virgílio não conseguiria descobrir sem a ajuda de um profissional e ele seria um tipo de personagem estranho e assustador, correndo pelas ruas de São Paulo tentando encontrar uma menina que “não existe”.

Conheçam o Frank. Ele ama Frank Sinatra.

Trilha sonora marcante

Outra parte que faz toda a diferença no filme é a trilha sonora. Desde Frank Sinatra até o indie folk da banda Of Monsters And Men, as músicas vão mudando de acordo com o momento da história, o que potencializa as boas escolhas dos envolvidos no filme. Seguindo a trilha, a fotografia também é incrivelmente bem construída. A escolha dos cenários, com certeza, ajudou muito. Espaços abertos, vídeos aéreos e até a coloração das cenas é muito harmônica, deixando o filme tranquilo e bem leve de assistir. Outro assunto que precisamos abordar e dar todos os méritos ao diretor Rodrigo Bernardo é o jogo de câmeras. Planos absurdamente abertos são mesclados com planos bem fechados. Lembranças são claramente lembranças graças à forma em que a cena é filmada, não parecendo um mini-flashback gigante! A produção, que oscilou entre São Paulo e Nova Iorque, conseguiu entregar um filme com uma qualidade tão boa que os mínimos erros de continuísmo não são nem relevantes.

Essa imagem chega a acalmar o coração

As perguntas que ficam no ar são:

Quem realmente é a Clara?

Por que ela foi embora?

Por que Virgílio não tem um computador?

Como o Virgílio consegue assistência técnica para o seu Nokia 3280? (voz do Cid Moreira “diretamente do túnel do tempo”)

Quando o Paulinho Vilhena saiu de galã da Malhação para tio esquisito?

Talvez Uma história de amor estreia dia 14 de junho, com um elenco repleto de atores conhecidos e super divertido: Thaila Ayala, Paulo Vilhena, Bianca Comparato, Totia Meirelles, Nathalia Dill, Juliana Didone, Gero Camilo, Marco Luque, Dani Calabresa e participação especial de Cynthia Nixon (Sex and The City). A Vigília recomenda!

Veredito da Vigilia

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